Com o auxílio de dados obtidos pelo telescópio Hubble e de observações feitas em terra pelas agências espaciais americana (Nasa) e europeia (ESA), astrônomos encontraram um gigantesco buraco negro em um lugar inesperado: dentro de uma das menores galáxias conhecidas. Há também um buraco negro no centro da nossa Via Láctea. Mas aquele, localizado na pequena e densa galáxia M60-UCD1 - a 50 milhões de anos-luz daqui - tem 5 vezes a massa do nosso.
Buracos negros são entidades espaciais ultracompactas que têm um campo gravitacional tão forte que atrai até a luz. Buracos negros supermaciços - que têm massa pelo menos de um milhão de vezes a do nosso Sol - provavelmente estão no centro de várias galáxias. O diâmetro da M60-UCD1 é de 300 anos-luz - apenas 0,2% do diâmetro da Via Láctea. Com um buraco negro tão desproporcional para o tamanho da galáxia, os astrônomos ficaram intrigados.
Uma hipótese para explicar essa inusitada existência é que galáxias como a M60-UCD são pedaços remanescestes da colisão de galáxias gigantescas. "Não conseguiríamos explicar de outra maneira a existência de um buraco negro num espaço tão pequeno", diz o astrônomo da Universidade de Utah, Anil Seth. Esses achados sugerem que há outros buracos negros que não estavam sendo contabilizados, e que eles podem aparecer mesmo em lugares antes considerados improváveis. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (18) na revista científica Nature.