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América do Sul

“Burro”, “neonazista”: Venezuela e Argentina trocam ofensas após decisão de Maduro sobre espaço aéreo

O chanceler da Venezuela, Yván Gil, chamou o governo da Argentina de “neonazista” e seu porta-voz de “cara de pau”: este respondeu que “de um burro, só se espera coice” (Foto: EFE/Miguel Gutiérrez)

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Representantes dos governos da Venezuela e da Argentina trocaram ofensas após a decisão do ditador Nicolás Maduro de proibir aeronaves argentinas de sobrevoar o espaço aéreo venezuelano.

Maduro tomou essa medida devido ao caso do avião venezuelano Boeing 747 que esteve retido na Argentina desde junho de 2022 até ser enviado no mês passado para os Estados Unidos.

A aeronave foi retida porque havia sido comprada de uma empresa do Irã alvo de sanções americanas. A ditadura de Caracas acusa Estados Unidos e Argentina de “roubo” e quer uma indenização.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, fez pesadas declarações contra o governo de Javier Milei, em especial contra o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, que na terça-feira (12) havia dito que o seu país não se deixaria chantagear por “amigos do terrorismo”.

“O governo neonazista da Argentina não é apenas submisso e obediente ao seu mestre imperial, também tem um porta-voz cara de pau: o senhor Manuel Adorni finge ignorar as consequências dos atos de pirataria e roubo contra a Venezuela, que foram denunciados repetidas vezes antes do ato criminoso cometido contra a Emtrasur [empresa aérea estatal venezuelana, proprietária do avião retido e enviado aos Estados Unidos]”, disparou Gil.

Nesta quarta-feira (13), na sua entrevista coletiva diária, Adorni respondeu. “Com relação ao que ele disse sobre mim, não tenho muitos comentários a fazer porque tudo o que vem de um governo de ditadores deve ser minimizado em termos de como eles podem nos caracterizar”, declarou o porta-voz, segundo informações do Clarín.

“O que você pode esperar de um burro além de um coice?”, ironizou. “De um governo de ditadores, a única coisa que se pode esperar são questões que nem sequer merecem resposta. É uma tristeza para o povo venezuelano que há muito tempo seja governado por esses energúmenos.”

Segundo o jornal La Nacion, a decisão venezuelana afeta operações da estatal Aerolíneas Argentinas em suas rotas para os aeroportos John F. Kennedy (JFK), de Nova York, de Miami e Punta Cana.

Na terça-feira, a Argentina informou que iniciou ações diplomáticas contra a Venezuela, que, segundo a imprensa internacional, incluem o envio de uma nota de protesto a Caracas e medidas no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) por “violação da Convenção sobre Aviação Civil Internacional”, conhecida como Convenção de Chicago (1944).

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