O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta sexta-feira que o Irã está tentando ganhar tempo na disputa com o Ocidente por causa do seu programa nuclear, mas uma autoridade européia que comanda as negociações com Teerã se disse otimista.
Bush, que viaja na próxima semana a Nova York para reuniões na Organização das Nações Unidas (ONU), disse que vai insistir na necessidade de ser firme com o Irã.
- Minha preocupação é de que eles protelem, que tentem nos fazer esperar. Então, parte do meu objetivo em Nova York é lembrar às pessoas que protelar não deve ser permitido: precisamos avançar o processo - disse Bush em entrevista coletiva em Washington.
- Se eles escolherem suspender de forma verificável o seu programa de enriquecimento [de urânio], vamos à mesa [de negociações]. A oferta permanece - afirmou, referindo-se a um pacote de incentivos econômicos proposto por seis potências mundiais ao Irã em troca da suspensão do programa nuclear.
Minutos antes, o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, responsável por negociar o assunto com o Irã em nome das grandes potências, fez a avaliação mais otimista já ouvida até agora.
- Posso dizer honestamente que estamos fazendo progressos. Isso não significa que tudo tenha sido resolvido. Seria um exagero, mas estamos realmente fazendo progressos - disse ele em entrevista coletiva após reunião com ministros de Relações Exteriores da UE em Bruxelas.
- Não acho que os nossos amigos norte-americanos estejam perdendo a paciência. Estamos no mesmo barco. Estou representando-os. Também estou representando todos os membros do Conselho de Segurança [da ONU]. Estou representando a União Européia, e não tenho a sensação de perder a paciência.
Solana não deu detalhes das suas conversas com o iraniano Ali Larijani, mas a França confirmou que Larijani disse a Solana na semana passada que o Irã estaria disposto a suspender seu programa de enriquecimento de urânio para negociar.
O enriquecimento do urânio pode ser usado para produzir combustível para usinas nucleares ou bombas atômicas. Teerã diz que seu programa nuclear é voltado apenas para a geração de eletricidade.
Solana disse que ele e Larijani aceitaram adiar uma nova reunião marcada para quinta-feira, porque o iraniano precisava de mais tempo para obter um consenso em seu governo sobre os termos da eventual negociação com as potências.
- É claro que há uma sensação de urgência - disse Solana a respeito das conversas com Larijani. - Concordamos entre nós que isso não vai durar para sempre. Não é essa a idéia.
Teerã ignorou um ultimato da ONU para suspender o enriquecimento de urânio até 31 de agosto, mas o presidente Mahmoud Ahmadinejad pareceu mais conciliador na quinta-feira, dizendo que o país está preparado para "novas condições".
Washington defende a imposição de sanções internacionais contra o Irã, mas Rússia, China e alguns países europeus resistem, por temerem que isso isole ainda mais o país islâmico.
Solana disse que uma das questões ainda pendentes é a definição do termo "suspensão do enriquecimento", embora essa não seja a única.
O espanhol acrescentou que funcionários europeus e iranianos estão se reunindo diariamente para resolverem as questões pendentes e que ele próprio pretende voltar a encontrar Larijani nos próximos dias.
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil