Washington O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu ontem que seu partido, o Republicano, levou uma "surra eleitoral" dos democratas, e disse que vai tentar governar da melhor maneira possível nos próximos dois anos. No Salão Leste da Casa Branca, Bush mostrou-se bem-humorado, apesar da perda do controle da Câmara e do risco de se ver sem maioria no Senado. "Olhem, foi uma eleição apertada. Se analisarmos disputa a disputa (nos distritos eleitorais), foi apertada. O efeito cumulativo, porém, não foi tão apertado. Foi uma surra", reconheceu.
O presidente enfatizou seu desejo de colaboração bipartidária em questões que devem consumir o resto do seu mandato: Iraque, reforma da Previdência e mudança das leis de imigração. De uma hora para outra, Bush abandonou a dura retórica eleitoral para dizer que "os democratas não são mais brandos com o terrorismo, e sim, se preocupam com a segurança deste país, assim como eu". Bush também disse achar que os rivais políticos "vão apoiar as tropas, assim como os republicanos".
Bush passou vários dias da campanha atacando a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi. Dizia que ela adora impostos e que estava enganada em achar que seria a próxima presidente da Câmara. Ontem, porém, Bush telefonou para ela para cumprimentá-la pela reeleição e pela grande possibilidade de assumir a presidência da Câmara. Bush também convidou a adversária política para almoçar na Casa Branca hoje.
Auto-ironia
Bush chegou mesmo a fazer auto-ironias. Depois de passar a campanha criticando os democratas por já estarem "medindo as cortinas" para seus gabinetes, ou seja, excessivamente confiantes na vitória, o presidente disse a Pelosi que ela deveria consultar alguns decoradores republicanos. "Quem guarda rancor nesse campo de trabalho (a política), nunca vai fazer as coisas. Minha intenção é fazer algumas coisas, e rápido", disse.
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