O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na segunda-feira que não é necessário usar a força para conter as ambições nucleares do Irã e que reportagens sobre uma possível ação militar são "especulação selvagem".
Em seus primeiros comentários sobre o Irã desde a publicação das reportagens, no fim de semana, Bush disse que a diplomacia continua sendo seu foco na resolução da crise.
A revista New Yorker disse que o governo considera o uso de armas nucleares táticas para destruir instalações nucleares subterrâneas no Irã.
- Ouvimos dizer em Washington que 'prevenção significa força. Isso não significa necessariamente força. Neste caso, significa diplomacia - disse Bush na Universidade Johns Hopkins.
Assim como seus assessores, Bush afastou a possibilidade de uma ação militar contra o Irã.
- Li os artigos neste fim de semana. Era apenas especulação selvagem.
Mas ele afirmou que "não queremos que os iranianos tenham armas nucleares, a capacidade para fazer armas nucleares ou o conhecimento sobre como fazer armas nucleares."
O artigo da New Yorker, escrito pelo jornalista Seymour Hersh, citava ex e atuais autoridades segundo as quais Washington está ampliando o planejamento para possíveis bombardeios contra o Irã.
O Washington Post fez um relato similar, mas ressaltando que o ataque não deve ocorrer em breve e que muitos especialistas têm fortes dúvidas quanto à ação. O jornal disse que o objetivo do planejamento é mostrar ao Irã a seriedade das intenções norte-americanas.
Reagindo às reportagens, o Irã acusou os EUA de travarem uma "guerra psicológica", por desespero. Teerã insiste que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para a geração de eletricidade com fins civis.
O chanceler britânico, Jack Straw, disse à TV BBC que qualquer idéia de usar armas nucleares é "completamente maluca".
Mas Bush parece determinado a manter a pressão sobre o Irã, que recebeu do Conselho de Segurança da ONU a exigência de suspender o seu programa de enriquecimento de urânio.
- Eu me precipitei um pouco nesta questão ao dizer 'eixo do mal - afirmou o presidente, referindo-se a um polêmico discurso, em 2002, no qual assim se referia a Iraque, Irã e Coréia do Norte. - Mas era isso que eu queria dizer. Eu via isso como um problema. E agora muitos outros chegaram à conclusão de que os iranianos não deveriam ter armas nucleares.
A reportagem de Hersh diz que Bush considera o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, como "um potencial Adolf Hitler" e vê a "mudança de regime" em Teerã como o objetivo final.
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