Washington - O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que a eleição de Barack Obama representa "o triunfo da história norte-americana" e prometeu assegurar que a transição para o próximo governo será tranqüila. "Ele pode contar com a total cooperação de minha administração ao fazer a transição para a Casa Branca. Durante esse período de transição, eu vou manter o presidente eleito totalmente informado sobre as decisões importantes", afirmou Bush.
O presidente telefonou para Obama na noite de terça-feira, assim que soube que o candidato democrata havia selado sua vitória na eleição, e disse que convidou Obama e sua família a visitar a Casa Branca. "Laura e eu estamos ansiosos por dar boas-vindas a eles, tão logo quanto seja possível", disse Bush.
Ele acrescentou que, ao eleger um negro para a Presidência pela primeira vez, os norte-americanos "mostraram ao mundo a vitalidade da democracia nos Estados Unidos. Não importa como eles depositaram seus votos, todos os americanos podem se orgulhar de ter feito história ontem. Será emocionante ver o presidente Obama, sua esposa Michelle e suas belas filhas atravessarem as portas da Casa Branca. Sei que milhões de americanos serão tomados de orgulho naquele momento inspirador, pelo qual tantos esperaram por tanto tempo".
Derrota
Já a John McCain, nada mais restou do que voltar a ser o político moderado e conciliador. Na noite de terça-feira, além de reconhecer a derrota, ele enalteceu a vitória de Barack Obama, perante uma multidão de seus aliados mais ferrenhos que, desolados, ensaiaram um protesto com vaias e ofensas ao presidente eleito dos Estados Unidos. "Não, por favor... Não!", repetiu McCain três vezes, ao ouvir vaias a Obama quando mencionava o nome do adversário. Um pequeno grupo chegou a gritar "terrorista" ao ouvir as referências a Obama. Quando McCain disse que se tratava de uma eleição histórica e que reconhecia "o significado especial que ela tem para os afro-americanos, e o orgulho especial que eles devem sentir esta noite", o mesmo grupo gritou: "É invenção da mídia!"
John Torgan, 63 anos, aposentado de uma indústria que produz bombas para o Exército, não se conformava com a derrota: "Daqui a quatro anos ninguém vai reconhecer mais este país. Eu já vi muita coisa em minha vida. E o que estou vendo hoje não é nada bom. Obama vem daquele esgoto que chamamos de Chicago", resmungou. A maior parte da platéia, que acompanhava a apuração através de telões em vários salões do luxuoso Arizona Biltmore Hotel, no entanto, exibia um ar de resignação, como se aguardasse um veredito já esperado e irreversível. Sua única esperança era um milagre. "O povo americano falou, e falou claramente", reconheceu McCain.
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