O presidente americano, George W. Bush, teria autorizado as Forças Armadas e os serviços secretos dos Estados Unidos a promover ataques no Paquistão sem a permissão do governo paquistanês, segundo informa o jornal The New York Times nesta quinta-feira, 11.
O diário cita "fontes de alto nível do governo americano" para garantir que o presidente deu ordens para os ataques em julho. Os EUA notificariam o Paquistão quando efetuasse ataques em território paquistanês, mas não pedirá permissão". O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Razá Guilani, reiterou que não permitirá incursões de soldados americanos no país na luta contra insurgentes. "Somos uma nação responsável e a posição do governo e das Forças Armadas sobre as ações dos EUA é muito clara", afirmou.
O NYT assinala que não está claro exatamente que meios legais os EUA invocaram para promover as incursões e bombardeios, ainda que limitados, no território de um aliado. A CIA já lança ataques aéreos a partir do Afeganistão contra posições insurgentes dentro do Paquistão, utilizando aviões não tripulados que disparam mísseis, mas as novas ordens reduzem as restrições para a realização de operações no território vizinho sem permissão.
O chefe do Estado Maior americano, Mike Mullen, disse no mesmo dia que a luta no Afeganistão requer uma "nova estratégia" para conseguir eliminar os esconderijos dos insurgentes no Paquistão. O chefe do Exército paquistanês, general Ashfaq Kayani, declarou na quarta-feira que defenderá a soberania e a integridade territorial do país e não permitirá que nenhuma força estrangeira promova operações dentro do Paquistão. O governo de Islamabad advertiu que os ataques realizados a partir do Afeganistão de forma unilateral não ajudam no combate ao terrorismo.
O presidente afegão, Hamid Karzai, se mostrou favorável à nova estratégia militar apresentada pelos EUA, para atacar os taleban na fronteira entre os dois países e dentro do território afegão. "A mudança de estratégia é algo que meus colegas e eu propomos há três anos", disse Karzai aos jornalistas. "Temos que ir juntos até onde [os extremistas] entram e se escondem para destruí-los", acrescentou.
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