Exército britânico completa retirada da cidade de Basra
São Paulo As tropas britânicas retiraram-se do palácio de Basra, sua última base na segunda maior cidade do Iraque. O palácio agora é das forças iraquianas, mas analistas crêem que Basra ficará sob o domínio das milícias xiitas. Os 500 militares que estavam no palácio foram levados ao aeroporto de Basra, nas cercanias da cidade, onde estão concentrados os últimos 5.500 militares britânicos no Iraque.
O premier do Reino Unido, Gordon Brown, disse que a medida foi planejada há meses e que as tropas britânicas estariam disponíveis para auxiliar as forças iraquianas. "Somos capazes de dar treinamento e de reintervir em certas ocasiões, disse Brown. "O propósito é passar a segurança do Exército britânico para as forças iraquianas.
Porém, autoridades americanas e militares da reserva britânicos duvidam da capacidade das forças iraquianas e vêem a retirada como uma derrota, segundo o "Financial Times.
"Ataques incessantes contra as forças britânicas causaram a sua saída das ruas para construções cada vez mais protegidas, diz um relatório da organização International Crisis Group, divulgado em junho.
O relatório afirma ainda que Basra oferece uma imagem horripilante do futuro do país se as forças de coalizão saírem sem acordos de divisão de poder entre sunitas, xiitas e curdos para garantir a paz.
São Paulo O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez ontem uma visita-surpresa à província iraquiana de Anbar, onde admitiu que poderá reduzir o atual contingente dos EUA do Iraque de cerca de 150 mil soldados. A visita ao Iraque tinha como objetivo oficial colocar Bush em reunião com o comandante americano das tropas no país árabe, general David Petraeus, e o embaixador dos EUA no Iraque, Ryan Crocker.
Bush, que não deixou as dependências da base militar de Al Asad, recebeu também líderes tribais árabes sunitas, grupo étnico-religioso que domina a província de Anbar, e o premier iraquiano, Nouri al Maliki.
Embora assessores da Casa Branca tenham negado que o objetivo da visita fosse "publicitário, o fato é que o general Petraeus e o embaixador Crocker falam no próximo dia 11 ao Congresso dos EUA sobre os progressos políticos e de segurança no Iraque, e um relatório da Casa Branca sobre o mesmo assunto será apresentado aos parlamentares no dia 15.
Em vista disso, e também de olho nas eleições do ano que vem, figuras de peso do oposicionista Partido Democrata têm atacado justamente a falta de progressos no país do Oriente Médio. Além das reiteradas tentativas de forçar Bush a estabelecer um cronograma para a retirada das tropas americanas do Iraque, os democratas têm mais recentemente atacado o premier iraquiano, o xiita Nouri al Maliki, por não conseguir fazer caminhar um acordo de união nacional no país. Mesmo parlamentares republicanos, pensando nas eleições legislativas, têm procurado se afastar do calcanhar-de-aquiles de Bush, criticando a manutenção de tropas no Iraque.
Uma visita a Anbar, onde os EUA conseguiram apoio de tribos sunitas para combater a Al-Qaeda, serviria então para mostrar ao público interno entenda-se eleitores americanos e republicanos dissidentes que a presença no Iraque está surtindo efeito. Uma argumentação para a qual Bagdá não seria o cenário mais adequado, dado que a violência sectária na capital iraquiana tem se mantido em níveis elevados, apesar do aumento do número de soldados alocados pelos EUA na cidade desde o início do ano.
"(Petraeus e Crocker) me disseram que, se o tipo de sucesso que vemos aqui continuar, será possível manter o mesmo nível de segurança com menos soldados americanos, afirmou Bush após se reunir com o militar e o diplomata embora não tenha dado nenhuma informação adicional sobre essa eventual retirada.
"O Congresso não deve tirar conclusões apressadas até que o general e o embaixador apresentem seu relatório, disse ainda o presidente.
Segundo o jornal norte-americano The New York Times, espera-se que o general Petraeus sugira ao presidente que os cerca de 30 mil homens a mais enviados ao Iraque neste ano permaneçam lá até meados do ano que vem uma iniciativa que deve ter o apoio de Bush.