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Eleições nos EUA

Bush declara apoio a McCain; republicanos atacam Obama

George W. Bush: "O homem do qual precisamos é John McCain" | MIKE SEGAR/REUTERS
George W. Bush: "O homem do qual precisamos é John McCain" (Foto: MIKE SEGAR/REUTERS)

O presidente dos EUA, George W. Bush, saudou o republicano John McCain descrevendo-o, na terça-feira, na convenção do Partido Republicano, como o homem que o substituirá.

No mesmo dia do evento, foram desferidos vários ataques contra o candidato do Partido Democrata à Presidência norte-americana, Barack Obama, e vários elogios à parceira de chapa de McCain, Sarah Palin.

Bush, destoando dos últimos presidentes, não compareceu à convenção, realizada em St. Paul (Minnesota) para oficialmente nomear McCain candidato, preferindo ao invés disso fazer um breve comunicado via satélite, desde a Casa Branca.

O motivo declarado para a ausência de Bush era a necessidade de dirigir os esforços de emergência relacionados ao furacão Gustav, mas o fato pode ter ajudado McCain a distanciar-se de um dirigente impopular no momento em que os democratas tentam uni-los politicamente.

Segundo Bush, os avanços na estabilização do Iraque por meio do envio de um contingente extra de soldados dos EUA resultava diretamente da firmeza do candidato republicano, senador pelo Estado do Arizona, em insistir na realização dessa manobra diante da oposição dos democratas e da impopularidade da guerra.

"O homem do qual precisamos é John McCain", disse Bush.

"Ele não tem medo de dizer que não concorda com alguma coisa. Confiem em mim porque eu sei disso", afirmou o presidente, que manteve um relacionamento desconfortável com o agora candidato de 72 anos ao longo dos anos.

O comitê de campanha de Obama contra-atacou. "O homem de que George Bush precisa talvez seja John McCain, mas os EUA precisam de Barack Obama", afirmou David Plouffe, diretor da campanha democrata.

Na primeira noite de discursos da convenção republicana, adiada por um dia devido ao Gustav, a polícia usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo para afastar manifestantes do Xcel Energy Center, onde o encontro acontece.

O embate deu-se depois de uma passeata pacífica realizada em nome dos norte-americanos pobres e da qual participaram mais de mil manifestantes.

Os republicanos devem nomear McCain e a candidata a vice dele, Palin, 44, nesta semana a fim de que enfrentem Obama e o parceiro de chapa dele, Joe Biden (senador pelo Estado de Delaware), nas eleições de 4 de novembro.

Obama viu-se duramente criticado pelos que discursaram na convenção republicana. O partido que ocupa atualmente a Casa Branca deseja usar esta semana para minar a popularidade do democrata, que melhorou seu desempenho nas pesquisas depois da convenção de sua legenda, realizada na semana passada, em Denver.

Joe Lieberman, senador por Connecticut e um aliado fiel de McCain que se descreve como um democrata independente, afirmou que Obama, 47, era um "jovem talentoso e eloquente", mas que "a eloquência não substitui a experiência, não neste momento difícil".

"Estou aqui para dar apoio a John McCain porque o país é mais importante do que o partido," disse Lieberman, candidato a vice-presidente pelo Partido Democrata em 2000.

O ex-senador republicano Fred Thompson, no discurso mais inflamado do dia, criticou Obama chamando-o de "o mais liberal, mais inexperiente candidato a jamais concorrer à Presidência".

Segundo Thompson, a experiência de McCain na área de política externa superava em muito a de Obama. O ex-senador citou então o discurso proferido pelo democrata em Berlim, no mês de julho, diante de cerca de 200 mil alemães entusiasmados.

"O respeito de que McCain goza no mundo todo não se deve a um discurso feito com teleprompter e elaborado para empolgar os críticos dos EUA no exterior, e sim por causa das décadas ao longo das quais demonstrou seu caráter e sua liderança", afirmou Thompson.

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