A administração Bush deve considerar negociações diretas com a Coréia do Norte em meio a sinais de que o país deverá testar em breve um míssil de longo alcance, disse o presidente do comitê de Relações Exteriores do Senado americano neste domingo.
Os Estados Unidos até então se recusaram a discutir diretamente sobre um possível lançamento de míssil e têm se dedicado a negociações envolvendo seis nações (as duas Coréias, Japão, China e Rússia), para convencer Pyongyang a acabar com seu programa de armas nucleares em troca de garantias de assistência e segurança.
"Seria aconselhável uma intensificação da diplomacia, e isso pode envolver conversas diretas entre os Estados Unidos e os norte-coreanos", disse o senador republicano Richard Lugar, em programa da rede CBS.
A agitação nas atividades seguem evidências de que a Coréia do Norte deve testar o míssil de longo alcance Taepodong-2, que pode atingir os Estados Unidos, o que gerou a ativação de um sistema de defesa de interceptação de mísseis no solo.
"Seria muito útil, se a Rússia e a China fossem capazes de fazer pressão", Lugar disse.
O teste deve ser o primeiro lançamento de um míssil de longo alcance desde 1998, quando a Coréia do Norte surpreendeu o mundo ao atirar um contra o Japão, que caiu no Oceano Pacífico.
Os Estados Unidos declararam que atirar um míssil-teste seria inconsistente com o acordo firmado pelo líder norte-coreano Kim Jong-il em 1999 e reafirmado em 2002.
Lugar aconselhou a Casa Branca contra tomar uma medida preventiva para impedir o lançamento, mas um democrata disse que a possibilidade seria avaliada.
A pressão no Congresso vem após o Senado, na semana passada, aprovar uma emenda para um projeto de lei de autorização de defesa, que requer que o presidente aponte um enviado como coordenador da política norte-americana na Coréia do Norte. A emenda ainda precisa de aprovação para se tornar lei.