Washington No seu discurso anual sobre o estado da União, o primeiro a um Congresso dominado pelo Partido Democrata, o presidente dos EUA, George W. Bush, pediria ontem à noite a redução de 20% do uso de gasolina no país nos próximos 10 anos, além de tentar conquistar o apoio da população para o novo plano relativo ao Iraque.
"Vou lembrar o Congresso da necessidade de mostrarmos ao povo norte-americano que somos capazes de realizar grandes feitos", disse o presidente ao jornal USA Today, em uma entrevista publicada na segunda-feira.
Fragilidade
Bush subiria à tribuna durante o que poderia ser o momento de maior fragilidade política dele em seus seis anos de mandato. Uma pesquisa do jornal Washington Post e da rede ABC News revelou que ele conta com uma taxa de aprovação de 33% entre os norte-americanos, a mais baixa desde que chegou a Casa Branca. A impopularidade do governante é superada pela do presidente Richard Nixon, que chegou a 26% em 1974, sete meses antes de renunciar devido ao escândalo de Watergate.
Iraque
Bush disse que falaria sobre a estratégia para o Iraque, encarada com desconfiança pelos congressistas, muitos dos quais preparam resoluções sem força de lei contra a medida. "Certamente, há muitas dúvidas, tanto do lado dos republicanos quanto do lado dos democratas. E a melhor forma de convencê-los de que isso faz sentido é implementar isso e mostrar que isso funciona", afirmou o presidente.
Previsto para durar 50 minutos, o discurso de Bush incluiria ainda propostas a respeito do uso mais disseminado de combustíveis alternativos a fim de reduzir a dependência norte-americana do petróleo estrangeiro. Segundo o vice-secretário da Casa Civil da Casa Branca, Joel Kaplan, Bush proporia a redução de 20% do uso de gasolinas nos EUA até 2017.
O presidente abordaria ainda a importância de romper o impasse legislativo em torno de um plano de imigração capaz de abrir caminho para regularizar a situação de 12 milhões de imigrantes ilegais.
A respeito da saúde pública, Bush mencionaria um plano que pode aumentar os impostos para os 30 milhões de norte-americanos que hoje pagam pelos planos de saúde mais caros do país. O presidente evitou, durante seu governo, aumentar os impostos e criticou os democratas que sugeriram medidas do tipo. Mas a Casa Branca admitiu que a proposta de tornar os planos de saúde mais acessíveis a uma fatia maior da população do país significaria "que algumas pessoas terão de pagar mais pelo atendimento médico".