O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou em seu livro de memórias "Decision Points" que um ataque aéreo que Israel lançou em 2007 contra uma localidade no norte da Síria foi contra um reator nuclear sírio, e também escreveu que soube antes e aprovou a ação - numa revelação de especial importância no atual contexto, em que o governo de Israel pede por uma "opção militar" contra o programa nuclear do Irã.
Bush afirma que o ataque aéreo israelense restaurou a confiança que ele havia perdido nos israelenses, após a guerra de Israel contra o grupo xiita libanês Hezbollah, em 2006. O Hezbollah reivindicou vitória na guerra. Em público, o governo americano não fez nenhum comentário sobre o ataque aéreo ao suposto reator sírio.
Bush escreveu que Israel, na primavera (boreal) de 2007, suspeitava que os sírios tentavam obter capacidade nuclear com apoio da Coreia do Norte. Isso teria sido baseado em fotos obtidas por um espião estrangeiro na Síria. O então premiê de Israel, Ehud Olmert, pediu a Bush para "bombardear o complexo" nuclear que os sírios estariam construindo. Bush recusou e disse que tinha "pouca confiança" de que Damasco estivesse desenvolvendo armas nucleares. Bush escreveu que Olmert ficou desapontado.
"A execução do ataque, pelo premiê Olmert, melhorou a confiança que eu havia perdido nos israelenses após a guerra libanesa", escreveu Bush, acrescentando que Israel rejeitou uma sugestão do mandatário para tornar pública a ação.
A Síria sempre negou que o local bombardeado fosse um reator nuclear. O governo sírio nega ter qualquer ambição nuclear e afirma que o local bombardeado era uma instalação militar abandonada. Especialistas acreditam que Israel é o único país do Oriente Médio que possui armas nucleares. O governo de Israel sempre se recusou a admitir ou negar que possua bombas atômicas. Em 1981, caças israelenses destruíram o reator de Osirak, que Saddam Hussein construía no Iraque. As informações são da Associated Press.
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