Nova Iorque A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, respondeu ontem ao ex-presidente Bill Clinton sobre a forma que o atual governo atual enfrenta a ameaça terrorista da Al Qaeda. Já o presidente George W. Bush negou-se a responder abertamente às acusações de seu antecessor e classificou de "ingênuo" achar que a guerra no Iraque potencializou o terrorismo mundial, conforme conclusões de um relatório da inteligência divulgadas pela imprensa.
Rice defendeu ferrenhamente o governo republicano assegurando, em entrevista publicada pelo jornal The New York Post, que o esforço de Bush para enfrentar a ameaça das milícias islâmicas antes dos atentados de 2001 foi pelo menos igual ao do governo Clinton (de janeiro de 1993 a janeiro de 2001). Clinton sugeriu, em entrevista ao um programa de tevê, no fim de semana, que o governo Bush fracassou ao avaliar a ameaça que significava a Al Qaeda nos seus primeiros oito meses de gestão em 2001, antes dos ataques em Nova Iorque e Washington de 11 de setembro do mesmo ano.
O presidente Bush, por sua vez, evitou falar abertamente sobre as críticas de seu antecessor. Em um contra-ataque característico de um ano eleitoral, Bush anunciou que ordenou a divulgação parcial de um informe da inteligência depois que a imprensa divulgou versões de que o documento indicaria que a guerra no Iraque agravou a ameaça terrorista.
O presidente negou que a guerra no Iraque tenha tornado os Estados Unidos menos seguro e disse que seria ingenuidade tirar essa conclusão, durante coletiva de imprensa conjunta com o presidente afegão Hamid Karzai.
Bush informou que a seção "conclusões-chave" do Informe Nacional de Inteligência sobre o Iraque e o Terrorismo será divulgada o quanto antes. Segundo ele, os vazamentos à imprensa tiveram "motivações políticas".