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Washington – O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem que enviará mais de US$ 190 milhões neste ano em ajuda aos palestinos, principalmente ao governo de Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina (AP). Bush afirmou ainda que convocará uma reunião entre a AP, Israel e "os vizinhos árabes’’ para discutir o apoio internacional a Abbas.

O presidente americano não mencionou, porém, o local do encontro, que deve acontecer no início do segundo semestre e ser mediado por sua secretária de Estado, Condoleezza Rice. Apesar da quantia ser baixa, os gestos são mais um passo da política que os EUA e Israel adotaram na tentativa de fortalecer o partido de Abbas, o laico Fatah, e isolar o islâmico radical Hamas.

A oportunidade de adoção dessa estratégia surgiu no mês passado, quando, após o fracasso de um incipiente governo palestino de coalizão entre o Fatah e o Hamas, o grupo islâmico expulsou militarmente os membros do Fatah que estavam na Faixa de Gaza, passando a assumir o controle da região.

Em resposta, o Fatah tocou para fora da Cisjordânia o pessoal do Hamas. Abbas destituiu o premier Ismail Haniyeh, do Hamas, e montou outro governo, que o Ocidente vê como a ponta-de-lança para enfraquecer o grupo radical e tentar uma solução para o conflito israelo-palestino.

Segundo Bush, os palestinos têm de escolher entre o progresso e a liberdade, sob Abbas, ou "caos e sofrimento’’ sob o Hamas. Do dinheiro prometido por Bush, Gaza receberá indiretamente US$ 80 milhões. Em mais um sinal de que casa esforços com os EUA, Israel anunciou ontem, por meio do premier Ehud Olmert – que se encontrou em Jerusalém com Mahmoud Abbas –, que agilizará a soltura de 250 palestinos detidos em prisões israelenses.

No domingo, Olmert já havia cancelado ordens de prisão para 180 palestinos ligados ao Fatah - que, em troca, prometeram abandonar armas.

A estratégia, na qual Abbas embarcou, visa claramente mostrar ao povo palestino que a única esperança de paz futura reside no caminho que o moderado Fatah está seguindo: negociar com o Ocidente e Israel, abandonando a violência. No entanto o Hamas, que não aceita o Estado de Israel – o que rendeu ao seu governo, eleito em janeiro do ano passado, forte boicote israelense e de países do Ocidente –, tem do seu lado os que crêem que Abbas está se "vendendo’’ para os inimigos do povo palestino.

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