O presidente George Bush antecipou sua volta à Casa Branca depois de passar os últimos seis dias dos feriados definal de ano praticamente isolado na sua propriedade em Crawford, no Texas, preparando a agenda para 2006.
No primeiro dia do ano, antes de seguir para Washington, ele visitou o Centro Médico Brooke, do Exército, em Fort Sam Houston, San Antonio,Texas, onde estão internados 50 militares americanos feridos no Iraque e no Afeganistão. Ele distribuiu nove condecorações Coração Púrpura, uma comenda concedida aos mortos e feridos em combate.
Nos primeiros trinta dias de 2006, o presidente deve fazer dois grandes discursos, um sobre a economia nesta sexta-feira em Chicago e outro sobre o Iraque. Isso antes do pronunciamento anual sobre o estado da união, marcado provisoriamente para 31 de janeiro. Seus assessores esperam que até lá estejam superados dois grandes desafios, a aprovação do juiz Samuel Alito Jr. para a Suprema Corte e a renovação definitiva da Lei Patriótica.
Na quinta-feira, ele se reúne na Casa Branca com ex-secretários de Estado e de Defesa numa tentativa de mostrar que há poucas divergências sobre os próximos passos, apesar do áspero debate recente sobre o Iraque.
Bush deve insistir no que disse seu assessor de segurança nacional no último dia 20 de dezembro sobre a existência de um "terreno comum" em relação ao treinamento de forças iraquianas, a construção de um governo sólido no país e a manutenção da presença americana no país.
No seu programa de rádio no último sábado, Bush deu uma amostra do que vem por aí. Ele disse que as forças americanas no Iraque estão superando "reveses anteriores", uma outra referência a erros no Iraque desde a invasão que ele só começou a reconhecer no mês passado, o que teria ajudado a reverter a queda de popularidade nas pesquisas.
Na frente econômica, ele insiste que o governo está na rota certa para reduzir o déficit pela metade em 2009 mesmo com cortes de impostos. Ele não mencionou que o secretário do Tesouro, John Snow, pediu ao Congresso um quarto limite de endividamento para que o governo possa tomar mais dinheiro emprestado, especialmente para programas sociais e gastos militares.
Luta pela popularidade
A Casa Branca tem uma batalha difícil pela frente com a investigação do Congresso sobre a ordem, executiva de 2002 que autorizou a espionagem doméstica, incluindo grampeamento de telefones sem autorização judicial. Fontes disseram que o executivo insistirá que a tecnologia do programa tornou necessário passar por cima da corte secreta que autoriza escutas. Bush pretende contestar acepções da oposição democrata, da União das Liberdades Civis e de alguns políticos de seu Partido Republicano, que o acusam de ter abusado de sua autoridade como comandante chefe da nação.
Existe uma preocupação na Casa Branca com os republicanos rebeldes quer forçaram Bush a aceitar uma lei que proíbe interrogadores americanos de dar "tratamento desumano, cruel ou degradante" a prisioneiros em qualquer parte do mundo. O governo foi contra, mas Bush acabou assinando, com a alegação de que se sentia satisfeito com a garantia de que os suspeitos de terrorismo não poderão processar seus captores.
A confiança da Casa Branca sobre a aprovação da Lei Patriótica pode ser temerária num momento em que o presidente é acusado de violar a lei que controla os poderes do governo de espionar americanos dentro das fronteiras do país. Dois assessores de Bush disseram que a saída pode ser criar um mecanismo de fiscalização pelo Congresso da aplicação da Lei patriótica, o que deverá vencer a relutância dos republicanos moderados.
Bush está pisando em ovos. Sua popularidade caiu para 35% no começo do mês passado e subiu para 40% depois de uma série de discursos sobre a política em relação ao Iraque e da diminuição nos preços da gasolina. Com números tão voláteis, o presidente não pode se dar ao luxo de cometer novos erros.