Washington A Casa Branca anunciou que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, iria apresentar ontem à noite a nova estratégia para o Iraque. No discurso de Bush estava previsto o envio de mais 21.500 soldados americanos a região, reconhecendo que foi um erro não ter reforçado antes o contingente dos Estados Unidos no país do Golfo Pérsico.
O novo plano de Bush deve incluir um pedido de US$ 6,8 bilhões para pagar o aumento do número de soldados e para um programa de empregos e reconstrução no valor estimado de US$ 1 bilhão. Os US$ 6,8 bilhões serão incluídos nos gastos que Bush apresentará em fevereiro dentro do orçamento fiscal para 2007, disseram funcionários da Casa Branca.
Segundo o conselheiro da Casa Branca, Dan Bartlett, Bush planeja enviar as tropas americanas a Bagdá somente para apoiar as forças iraquianas e elas estão sendo enviadas apenas porque o governo iraquiano prometeu uma "fundamental" mudança de política.
Buscando apoio para sua nova estratégia e para a impopular guerra no Iraque, Bush reconhecerá que as regras de engajamento fracassaram, porque o governo do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, excluiu das operações certos bairros em Bagdá, disse Bartlett. "As operações militares às vezes foram limitadas pela interferência política da liderança iraquiana", disse.
Bartlett disse que como pré-condição para o aumento das forças americanas, o governo de Maliki concordou em destacar um maior número de soldados iraquianos na capital e levantar as restrições a suas operações, que têm protegido as milícias xiitas ligadas a seus aliados políticos, como o clérigo radical antiamericano Muqtada al-Sadr.
Maliki garantiu a Bush que esta será "uma operação em Bagdá que não diferenciará entre xiita, sunita ou outro tipo de milícia ilegal ou atividade ilegal", acrescentou o conselheiro.
"Uma grande maioria do povo americano não está satisfeita com a situação no Iraque", disse Bartlett à rede de tevê norte-americana CBS. "O presidente Bush está do seu lado. Ele não está satisfeito, ele vai dizer que a estratégia não está funcionando, ele vai dizer especificamente como vai consertar a estratégia."
Após quase quatro anos de guerra, foram gastos cerca de US$ 400 bilhões e mais de 50 mil civis iraquianos e 3.015 soldados americanos foram mortos desde o início do conflito, em março de 2003 (veja quadro).
Funcionários de alto escalão revelaram nos últimos dias que a nova estratégia de Bush prevê o envio de 4 mil marines à Província de Anbar e 17.500 tropas de combate o equivalente a 5 brigadas a Bagdá. Os EUA têm atualmente 132 mil soldados no Iraque.
A nova liderança democrata do Congresso é contra o envio de mais tropas ao Iraque. A nova presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Bush não receberá um "cheque em branco" como ocorreu até agora e sugeriu que os democratas podem vetar o financiamento para o aumento de tropas.
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