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Polêmica

Bush pede concessões para reformar lei de imigração

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na quinta-feira que é preciso haver concessões dos dois lados para que seja possível reformar a lei de imigração do país, e afirmou que não há "desculpa" para adiar a polêmica questão.

Preocupado com a dificuldade que a nova lei de imigração enfrentará no Congresso em um ano de eleições parlamentares, marcadas para novembro, Bush manteve a pressão pela proposta, que incluiria um programa de trabalhadores temporários.

Deputados e senadores estão preparando uma comissão para tentar juntar as propostas concorrentes aprovadas por cada casa.

A proposta da Câmara prevê o reforço das fronteiras e o enquadramento dos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais como contraventores.

A do Senado, que conta com o apoio de Bush, associa o maior controle das fronteiras a um programa de trabalho temporário para os imigrantes ilegais, abrindo caminho para a obtenção da cidadania.

- As propostas da Câmara e do Senado exigem esforços e concessões de ambos os lados - disse Bush em discurso na Câmara do Comércio dos EUA. - É uma tarefa difícil, mas a dificuldade da missão não é desculpa para fugir dela.

A Casa Branca disse que Bush viajará na semana que vem ao Novo México, ao Texas e a Nebraska para pregar sua proposta de reforma.

No discurso, o presidente rebateu os argumentos de republicanos conservadores de que o programa equivale a conceder anistia a milhões de imigrantes ilegais.

- Alguns membros do Congresso alegam que ninguém que tenha chegado ilegalmente a este país deve obter permissão para continuar vivendo e trabalhando aqui, e que qualquer plano que permita sua permanência equivale a uma anistia, independentemente de quantas condições imponhamos - disse Bush. - Acredito que essa abordagem é errada e pouco realista.

A maioria dos democratas apóia o projeto do Senado, mas os republicanos estão divididos. O senador republicano pelo Texas John Cornyn disse estar animado com o apelo de Bush pelas concessões, mas afirmou que a lei final terá de começar com a segurança das fronteiras, e que "qualquer plano futuro de trabalho temporário tem que ser apenas isso: temporário".

A Casa Branca não gosta que os parlamentares comparem o projeto do Senado a uma anistia, porque isso faz os eleitores se lembrarem de uma lei de imigração de 1986, que foi vista como anistia para milhões de imigrantes.

O governo ressalta que o projeto apoiado por Bush exige que os imigrantes paguem multa por ter entrado no país ilegalmente, além de forçá-los a contribuir com impostos, a aprender inglês e a trabalhar em um emprego por um número determinado de anos.

Só então eles poderiam voltar a entrar no fim da fila para obter a cidadania, um processo que pode levar uma década.

- Isso não é anistia - disse Bush. - É um modo prático e razoável para que os que violaram a lei paguem suas dívidas para com a sociedade e demonstrem o caráter que forma um bom cidadão.

Bush também pediu aos empregadores que respeitem as leis que proíbem a contratação de imigrantes ilegais, e afirmou que o projeto tornará mais rigorosas as punições para quem violar a legislação.

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