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O presidente dos EUA, George W. Bush, teria planejado bombardear a seda da emissora árabe Al-Jazeera em Doha, no Qatar, segundo um memorando secreto britânico divulgado pelo jornal "Daily Mirror".

Segundo o jornal, o primeiro-ministro britânico e principal aliado de Bush, Tony Blair, conseguiu convencer o presidente americano a não seguir em frente com a idéia, porque um ataque à rede de TV poderia ter conseqüências desastrosas.

Os EUA já acusaram repetidas vezes a Al-Jazeera de alimentar a insurgência armada no Iraque e de ter servido como porta-voz do líder da rede Al-Qaeda, Osama bin Laden.

Segundo o "Daily Mirror", o ataque contra a sede da emissora causaria a morte de inocentes em um país aliado chave de Washington e provocaria ira em todo o Oriente Médio.

"O memorando é explosivo e muito prejudicial para Bush", disse uma fonte não identificada ao jornal, segundo a qual foi o próprio Blair que dissuadir Bush.

Um funcionário do governo disse ao jornal que Bush não teria falado seriamente quando fez a proposta, mas outro disse que tanto o presidente americano como Blair discutiram muito seriamente o assunto.

De acordo com o jornal, Bush revelou seu plano para bombardear a Al-Jazeera durante uma reunião com Blair em 16 de abril de 2004. Na época, os EUA estavam lançando um ataque contra insurgentes na cidade de Falluja e a Al-Qaeda enfureceu Washington com suas transmissões diretas das linhas rebeldes e com imagens dos mortos.

No documento, o governo britânico lança dúvidas sobre as afirmações americanas de que ataques anteriores contra escritórios ou colaboradores da Al-Jazeera não tinham sido intencionais.

Em 2001, o escritório da Al-Jazeera na capital do Afeganistão, Cabul, foi destruída por duas bombas inteligentes lançadas por tropas aliadas. Em 2003, o jornalista Tareq Ayoub foi morto em um ataque com mísseis contra uma equipe da emissora na capital do Iraque.

O jornal disse que o documento chegou às mãos do ex-deputado trabalhista Tony Clarke em maio passado. Um funcionário do governo e um ex-colaborador do deputado foram acusados de violar a lei sobre segredos oficiais.

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