Washington – A convocatória do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para que a dissidência em Cuba aja em favor de uma transição para a democracia foi qualificada como uma reação "moderada" e "discreta" por analistas de centros tanto conservadores como progressistas dos EUA.

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Fidel Castro, adversário histórico dos Estados Unidos, deixou a Presidência na última segunda-feira, para uma cirurgia intestinal. O país está sob o comando de seu irmão, Raúl Castro, que apoiou a trajetória do socialismo cubano.

"Bush não anunciou ações militares. Simplesmente disse que enquanto Cuba não for uma democracia, os Estados Unidos não vão estabelecer relações com esse país. Foi um pronunciamento muito moderado", afirmou o diretor do progressista Conselho de Assuntos Hemisféricos, Larry Birns.

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Ele disse que pensava que Bush diria uma coisa "totalmente irresponsável" sugerindo algo como uma ação militar, mas que em lugar disso só houve retórica "que não significa nada", e que ficou surpreso com a tônica "discreta" de Bush.

"Convoco o povo cubano a trabalhar por uma mudança democrática na ilha", disse Bush em seu comunicado. Birns comparou a convocatória a outra situação. "Imaginem se Bush tivesse dito aos iraquianos quando Saddam Hussein ainda estava no poder que os convocava para trabalhar pela mudança democrática. Não tem nenhum significado".

Já o diretor do Programa Cuba do conservador Instituto Lexington, Phil Peters, disse que o presidente dos EUA foi repetitivo. "Eu não acho que (a convocatória) seja nada diferente do que o governo já disse antes", afirmou.

"O erro cometido pelos Estados Unidos é dizer que busca uma mudança muito profunda para Cuba, mas, ao mesmo tempo, não usar os instrumentos que tem à disposição, como permitir viagens, gerar contatos dentro do governo cubano e estabelecer relações com as Forças Armadas", opinou Peters.

"Os EUA não se comunicam com o povo de Cuba, a não ser com os dissidentes, mas não com as pessoas que estão nos postos e posições de onde podem partir algumas mudanças", criticou o vice-presidente do Instituto Lexington, da Virgínia.

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