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EUA

Bush promete colaborar com democratas, mas mantém apoio a Bolton

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu na sexta-feira colaborar com a futura maioria democrata do Senado, embora tenha mantido a polêmica indicação de John Bolton como embaixador do país na ONU.

Ajustando-se à mudança de poder depois da vitória democrata nas eleições parlamentares de terça-feira, Bush se reuniu com líderes da oposição no Senado, que a partir de 2007 terão mais influência sobre as políticas do governo, inclusive sobre a impopular guerra do Iraque.

``A eleição acabou, os problemas não foram embora'', disse Bush ao final do encontro. ``Há uma grande oportunidade para mostrarmos ao país que podemos trabalhar juntos.''

Mas as propostas conciliatórias de Bush, após anos de duras batalhas políticas entre republicanos e democratas, podem ser abaladas por sua insistência em efetivar Bolton como embaixador dos EUA na ONU.

Bush pediu na quinta-feira aos atuais líderes do Senado, ainda sob maioria republicana, que confirmem o conservador Bolton ainda neste ano e antes que os democratas assumam o controle.

No ano passado, os democratas impediram a confirmação de Bolton, alegando que ele havia usado um cargo anterior, principal diplomata responsável pelo controle de armas, para manipular informações de inteligência para fortalecer suas opiniões.

Bolton vem atuando desde então como embaixador na ONU graças a uma indicação temporária do presidente, que vale até janeiro.

Um importante senador republicano, Lincoln Chafee, se junto aos democratas para dizer que não vai apoiar a nova indicação de Bush, o que ameaça a permanência de Bolton no cargo.

Se ele tiver de sair, será a segunda baixa do governo desde a derrota eleitoral desta semana. A primeira vítima foi o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, apontado pelos democratas como um dos responsáveis pelos problemas no Iraque -- um dos principais fatores para o resultado eleitoral.

Depois da eleição, Bush se disse aberto a novas idéias sobre como administrar a guerra. O Iraque foi um dos principais temas da reunião dele com os senadores na sexta-feira.

``DIREITO DE PERMANECER''

Tony Snow, porta-voz da Casa Branca, disse que Bolton ''conquistou o direito de permanecer como nosso embaixador na ONU''.

``O que deveríamos fazer agora é simplesmente permitir aos senadores nas sessões 'pato-manco' (perto do fim da legislatura) que vejam se dão a John Bolton um tratamento justo'', afirmou a jornalistas. ``O presidente quer isso.''

O porta-voz acrescentou que a reindicação de Bolton não deve ser considerada ``necessariamente provocativa''.

O senador democrata Joseph Biden, que deve se tornar presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse na quinta-feira que a indicação de Bolton ``não vai a lugar nenhum''.

Críticos acusam Bolton de defender uma abordagem excessivamente unilateral das questões internacionais. Conservadores o elogiam por sua defesa extremada dos interesses nacionais.

Chafee está na Comissão de Relações Exteriores do Senado, e sua oposição implica que Bolton não terá os votos necessários na comissão, onde todos os democratas são contra sua confirmação.

Os democratas prometem obstruir a votação do nome de Bolton se ela chegar ao plenário do Senado.

Os senadores Harry Reid e Richard Rubin deixaram a reunião com Bush prometendo também colaborar com o Executivo.

Reid propôs a Bush que convoque uma cúpula bipartidária a respeito do Iraque. A Casa Branca insiste que o presidente admite mudar de táticas, mas não de estratégia.

Analistas dizem, no entanto, que o chamado Grupo de Estudos sobre o Iraque, uma comissão bipartidária comandada por James Baker, amigo da família Bush, pode dar ao presidente uma justificativa para começar a retirar tropas do Iraque. A comissão apresenta suas recomendações ao governo em breve.

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