Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recebeu na terça-feira o Dalai Lama na Casa Branca, apesar de a China ter alertado que a honraria ao líder espiritual tibetano poderia afetar as relações entre os dois governos.

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A visita ocorreu na véspera de o Dalai Lama receber a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA, mas o governo tratou o encontro com discrição, aparentemente para não irritar ainda mais a China.

"De forma alguma queremos jogar lenha na fogueira e fazer a China sentir que estamos cutucando seu olho, um país com o qual temos boas relações em vários temas", disse a porta-voz da Casa Branca Dana Perino.

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O Dalai Lama vive exilado na Índia desde a frustrada rebelião tibetana de 1959 contra o domínio chinês.

A cerimônia no Capitólio está na agenda de Bush, de modo que pela primeira vez um presidente dos EUA aparecerá em público com o líder budista e Nobel da Paz, que Pequim qualifica como separatista e traidor.

"Estamos furiosos", disse Zhang Qingli, líder do Partido Comunista do Tibete, a jornalistas na China. "Se o Dalai Lama pode receber tal prêmio, não existe justiça nem gente boa no mundo."

Voltando ao hotel em que está hospedado em Washington, um sorridente Dalai Lama disse aos jornalistas e a um pequeno grupo de seguidores que o encontro com Bush "foi como a reunião de uma família".

"Naturalmente ele demonstrou sua preocupação com o Tibete e perguntou sobre qual a situação lá", disse. Questionado sobre a irritação da China com sua visita, ele deu de ombros e respondeu: "Isso sempre acontece".

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É a quarta vez que Bush se encontra com o Dalai Lama desde que assumiu o cargo, mas a Casa Branca negou que o encontro privado seja uma interferência nos assuntos internos da China.

Perino disse, porém, ser compreensível "que a China tenha sentimentos muito fortes a respeito disso".

Tentando minimizar o simbolismo do encontro, Bush recebeu o Dalai Lama na ala residencial da Casa Branca, e não no Salão Oval, onde normalmente encontra líderes mundiais.

Os funcionários da Casa Branca -que antes não informavam nem quando seria o encontro- disseram posteriormente que ele durou cerca de meia hora, sem dar mais detalhes. Não houve fotos.

Tony Fratto, outro porta-voz da Casa Branca, explicou que Bush "deixou claro em suas comunicações com os chineses que o Dalai Lama estava na cidade para a cerimônia parlamentar e que eles iriam se encontrar".

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"Por isso, não havia razão (para cancelar a reunião)."

A China abandonou nesta semana uma reunião de grandes potências sobre o Irã, num aparente protesto contra a decisão do Congresso dos EUA de conceder sua maior honraria civil ao Dalai Lama.

A China também cancelou um diálogo anual sobre direitos humanos com a Alemanha para demonstrar sua insatisfação com o encontro ocorrido em setembro entre a chanceler (primeira-ministra) Angela Merkel e o Dalai Lama.

O chanceler chinês, Yang Jiechi, disse a jornalistas que "a China exigiu solenemente aos Estados Unidos que cancelem (a cerimônia) extremamente equivocada".

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