O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se reuniu pela primeira vez com o papa Bento 16 neste sábado e disse ao pontífice acreditar que o encontro do G8 na Alemanha foi um sucesso.

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O papa e Bush conversaram por cerca de 35 minutos na sala de estudos do pontífice no Palácio Apostólico do Vaticano num ambiente de segurança reforçada em Roma por causa do receio de violentas manifestações anti-EUA.

"É bom estar com você, senhor", disse Bush ao papa, enquanto sentava-se diante da mesa do pontífice.

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Quando o papa mencionou que Bush acabava de chegar do encontro das potências mundiais em Heiligendamm, Bush disse: "Sim, de seu velho país, e foi um sucesso... muitas opiniões diferentes, mas foi bom".

Quando o papa perguntou a Bush se seu diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, foi bom, Bush respondeu com um sorriso: "Vou contar isso em um minuto", disse, referindo-se aos repórteres que estavam prestes a ser conduzidos para fora da sala.

Durante o encontro do G8 -grupo dos países mais industrializados do mundo e Rússia- na Alemanha, nesta semana, Putin sugeriu aos Estados Unidos utilizarem um radar controlado pela Rússia como parte de um escudo antimísseis para proteger a Europa, em vez de uma aparelhagem norte-americana.

Os planos dos EUA de instalar um interceptador de mísseis na Europa Oriental enfureceu Moscou, que afirma que isso poderia perturbar o equilíbrio estratégico global e poderia ser usado para atacar ou espionar Moscou.

ABORTO E IRAQUE

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Bush e o pontífice de 80 anos enxergam de forma parecida questões éticas como aborto e eutanásia, mas se dividem quanto à guerra no Iraque, a qual o antecessor de Bento, João Paulo 2, tentou a duras penas evitar.

Bush contou a um jornal italiano em 1o de junho que sua intenção era "principalmente ouvir" o papa. Bush também afirmou que estaria ansioso para discutir mudanças na China e o futuro de Cuba pós-Fidel, se o papa o desejasse.

Enquanto Bush começava o dia com um encontro com o presidente italiano, Giorgio Napolitano -um ex-comunista de 81 anos, em um governo agora governado por uma coalizão de centro-esquerda crítica à política externa norte-americana-, cerca de 10 mil policiais faziam a segurança do centro de Roma contra esperadas manifestações em massa.

Partidários de esquerda e pacifistas que se opõem à guerra no Iraque e à expansão da base militar norte-americana no norte da Itália embarcaram em trens em direção à Roma para participar de protestos que farão eco aqueles realizados na Alemanha por ocasião do encontro do G8.

Muitas da pessoas que elegeram a coalizão de centro-esquerda do primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, assim como partidários do próprio Prodi no parlamento, devem se juntar às passeatas -que os organizadores prometeram ser pacíficas.

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"Bush é o maior terrorista internacional. É uma desgraça que o governo italiano eleito pelos votos de pacifistas deva convidá-lo para este país", afirmou Elio Luppoli, chegando em Roma juntamente com 70 outros manifestantes vindos de Milão.

Receios que os protestos possam se tornar violentos foram realçados pelo cancelamento de uma visita planejada de Bush à região colorida de Trastevere em Roma, onde ele deveria se encontrar com lideranças da comunidade católica de Sant'Egidio.

Um dos bairros mais velhos de Roma, seus becos estreitos e pavimentados com pedras apresentariam dificuldades para a passagem da comitiva presidencial.

O grupo de Sant'Egidio, indicado para o prêmio Nobel da Paz, por seu trabalho de promoção da paz e luta contra a Aids na África, vai se encontrar com Bush na embaixada norte-americana.

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