Caças sírios bombardearam ontem a cidade de Deir al-Zor, no leste do país, após violentos combates durante a noite e a morte de um dos chefes de inteligência do governo de Bashar Assad, segundo ativistas.
O general Jamaa Jamaa foi morto na quinta-feira por franco-atiradores no meio de uma batalha contra rebeldes, entre os quais se incluíam forças da Al-Qaeda, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
A morte dele foi celebrada por rebeldes e por ativistas civis da oposição, por marcar um revés significativo na disputa por Deir al-Zor, capital da homônima província produtora de petróleo.
Jamaa, de 59 anos, foi o chefe da inteligência militar síria no Líbano até 2005, quando Assad, sob intensa pressão internacional, retirou suas tropas do país vizinho.
A retirada ocorreu após o assassinato do premiê libanês Rafik al-Hariri, um crime amplamente atribuído à Síria na época, e pelo qual o próprio Jamaa foi investigado, segundo o Observatório.
Depois disso, Jamaa foi nomeado chefe da inteligência militar em Deir al-Zor, uma posição estratégica por causa do fluxo de militantes sunitas para o Iraque, onde enfrentavam as forças dos EUA e do governo xiita iraquiano.
Em agosto de 2011, cinco meses depois do início da onda de protestos contra Assad, a União Europeia impôs sanções a Jamaa por sua participação na "repressão e violência contra a população civil".
Ativistas dizem que dezenas de rebeldes e forças pró-Assad morreram nesta semana nos combates em torno de Deir al-Zor.
O Observatório relatou confrontos em vários bairros da cidade durante a noite, e disse que rebeldes da Frente Nusra, ligada à Al-Qaeda, executaram dez soldados capturados no bairro de Rashidiyah, onde Jamaa foi morto na quinta-feira.
Embora grande parte da província de Zeir al-Dor esteja sob controle dos rebeldes, algumas tribos permanecem leais a Assad, enquanto o controle da capital regional está dividido entre rebeldes e legalistas.