Ao testemunhar sobre a violência sexual sofrida, uma garotinha de 10 anos, moradora da Colúmbia Britânica, no Canadá, recebeu um apoio extra: o de um cachorro da raça Labrador, que sentou-se aos seus pés na corte e lá permaneceu até o fim da audição.
Em um dos momentos mais tensos do julgamento, o juiz fez um intervalo para que a vítima se acalmasse. Ela aproveitou para brincar com o animal. Logo, estava preparada para continuar depondo.
De acordo com reportagem do jornal norte-americano “Washington Post”, foi a primeira vez que um cão foi usado em um tribunal do estado canadense – e a terceira no país. Caber, seu nome, é um dos animais utilizados pelo serviço de apoio às vítimas da polícia do Canadá.
Com este projeto piloto, o Canadá se soma a outros países que acreditam que os cães podem oferecer apoio a vítimas que passaram por traumas muito grandes, sobretudo crianças. Nos Estados Unidos, 78 cães são usados com frequência em cortes de 28 estados.
Estudos publicados em jornais de psicologia apontam que os animais podem reduzir o nível de estresse em humanos ao estimular a produção do hormônio ocitocina. “Este hormônio está ligado à sensação de conforto e de calma”, disse Kim Gramlich, coordenadora do serviço policial canadense ao “Washington Post”.
“Quando há a presença do cachorro, sentimos que o indivíduo fica mais à vontade para se comunicar”, completa a policial.
Em uma ocasião, uma vítima que não estava conseguindo cooperar com a polícia pediu para as autoridades deixarem-no sozinho. Como ele gostava de cães, os policiais decidiram levar Caber a seu econtro. “Ele então caiu de joelhos e começou a chorar”, diz Kim.
Com a barreira quebrada, os policiais conseguiram colher seu depoimento. Meses mais tarde, recorda, o homem disse que “o cachorro foi a única coisa que o ajudou”.
Deixe sua opinião