O candidato de direita Nicolas Sarkozy continua na frente da socialista Ségolène Royal na disputa presidencial francesa, embora a diferença entre os dois tenha diminuído. De acordo com pesquisa da CSA para o jornal "Le Parisien", divulgada nesta quinta-feira, Sarkozy aparece com 52% dos votos e Royal, com 48%. A última pesquisa da CSA, de 22 de abril, dava 53,5% para Sarkozy e 46,5% para Royal.
Ainda segundo a enquete, que ouviu 1.005 pessoas no dia 25 de abril, 47% das pessoas que votaram em François Bayrou, o candidato do centro que ficou em terceiro no primeiro turno de domingo, votarão em Royal no segundo turno e 35% apoiarão Sarkozy. Já os eleitores do ultra-direitista Jean-Marie Le Pen, quarto colocado na disputa, votarão, em sua maioria, em Sarkozy: 61%. Apenas 21% ficarão ao lado de Royal, afirma a pesquisa da CSA.
No primeiro turno, Sarkozy teve 31,2%, seguido por Royal (25,9%) e Bayrou (18,6%). Desemprego, segurança e imigração continuam sendo os principais temas da campanha, mas a personalidade dos candidatos é algo cada vez mais em voga.
Em busca de apoio
Sarkozy e Ségolene tentam conquistar - a todo custo - os votos dos cerca de 7 milhões de franceses que optaram por Bayrou no primeiro turno, e que podem ser decisivos. Para conseguir o apoio do centrista, os dois candidatos prometeram, se eleitos, levar membros do UDF (partido de Bayrou) para o governo.
Em entrevista ao "Le Monde", Sarkozy disse que seu eventual governo incluiria um grupo que represente idéias de centro em questões como Europa, reformas sociais e as instituições da república. Mas afirmou não estar interessado em acordos de bastidores.
- Os eleitores não pertencem a François Bayrou mais do que a Ségolène Royal, a Jean-Marie Le Pen (quarto colocado] ou a Nicolas Sarkozy. Não reduza simplesmente os eleitores à sua escolha do primeiro turno afirmou o candidato.
Em uma clara tentativa de aproximação com os eleitores de centro, a candidata socialista à Presidência convidou o candidato derrotado para um debate televisionado, para discutir possíveis pontos de convergência dos seus projetos de governo. O centrista chegou a aceitar a proposta, mas, depois de confirmado, o encontro foi cancelado pela rede de TV por ir contra as regras eleitorais que determinam o mesmo tempo de exposição para ambos os candidatos.
Bayrou disse, em coletiva de imprensa, na quarta-feira, que não apoiará nenhum dos candidatos oficialmente e afirmou que seus eleitores têm consciência da crise que a França vive. Ele pretende agora criar um novo partido de centro.