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Repressão

Cai número de presos políticos em Cuba

O dissidente Guillermo Fariñas, em greve de fome há quatro meses, afirma que o governo será responsável por sua morte | Adalberto Roque/AFP
O dissidente Guillermo Fariñas, em greve de fome há quatro meses, afirma que o governo será responsável por sua morte (Foto: Adalberto Roque/AFP)

O total de presos políticos em Cuba caiu de 201, em 2009, para 167 na primeira metade de 2010 – a quantidade mais baixa desde a Revolução de 1959. A informação é da Comissão de Direitos Humanos de Cuba (ilegal, mas tolerada por Havana).

Elizardo Sánchez, líder da co­­missão, atribui a redução ao cumprimento das penas, e não "ao fim da repressão’’. Mas também cita fatores políticos: primeiro, a pressão sobre o regime, que teve seu pico em fevereiro, com a morte, por greve de fome, do preso político Orlando Zapata.

Segundo, uma mudança na "forma de repressão’’: em vez de manter os detentos encarcerados por anos, o Estado estaria aplicando mais detenções "arbitrárias de curta duração’’ – já houve 802 do tipo neste ano – para intimidar dissidentes, diz Sánchez.

Em contrapartida, ele diz também que é esperada para breve a libertação de entre 30 e 40 detentos políticos.

A expectativa por libertações cresce com a chegada a Cuba, ho­­je, do chanceler espanhol Mi­­guel Ángel Moratinos, para "acompanhar’’ o diálogo aberto em maio entre a Igreja e o Estado -mediação que levou à soltura de um preso doente e à transferência de 12 de­­tentos.

Outro ponto na agenda de Mo­­ratinos é a saúde de Guillermo Fariñas, em greve de fome há quatro meses. O jornal estatal Gran­­ma escreveu que o dissidente corre risco de morte, apesar dos cuidados médicos. A dissidência in­­terpretou a reportagem como uma tentativa de Havana "evadir responsabilidades’’ caso Fariñas morra.

Drama

Fariñas responsabilizou ontem "os irmãos" Fidel e Raúl Castro por sua "morte em breve" e assegurou que deseja morrer em Cuba, se­­gundo uma carta divulgada na in­­ternet. "Estou consciente de que morrerei em breve e considero uma honra (...). Os únicos responsáveis (...) são os irmãos Fidel e Raúl Castro", disse Fariñas, jornalista de 48 anos, na carta escrita por seu porta-voz, Licet Zamora, e divulgada em um site de oposição.

No texto, escrito em resposta a um relatório sobre sua saúde publicado no jornal oficial Gran­­ma, Fariñas criticou o jornal por se "esquivar" de dizer que o "motivo" de sua greve é a exigência da libertação de 25 presos políticos doentes.

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