O presidente do México, Felipe Calderón, se distanciou na quarta-feira de uma eventual aliança com seu homólogo norte-americano, George W. Bush, contra o venezuelano Hugo Chávez, principal adversário de Washington na região.
Enquanto Bush visitava nesta semana cinco países latino-americanos de governos conservadores ou moderados de esquerda, Chávez também percorria a região, em países com governos esquerdistas, criticando ``o diabo'', como costuma se referir ao presidente norte-americano.
Calderón, que como candidato a presidente prometia ser o contrapeso a Chávez, se despediu na quarta-feira de Bush em Mérida (sul do país) dizendo em entrevista coletiva ao lado do convidado que ``o México é respeitoso ao que opinar o chefe de Estado da Venezuela ou o chefe de Estado dos Estados Unidos''.
Ele respondia sobre se Bush havia encontrado nele um aliado para fazer frente a Chávez, e se era possível que o México normalizasse suas relações com Caracas, apesar dos fortes laços que mantém com Washington.
As relações entre México e Venezuela estão ruins desde que ambos os países retiraram mutuamente seus embaixadores, depois de um enfrentamento verbal entre Chávez e o antecessor de Calderón, o também conservador Vicente Fox.
Depois de eleito, Calderón manifestou a intenção de normalizar as relações com a Venezuela, mas também teve seus atritos com Chávez.
No começo deste ano, o venezuelano o chamou ironicamente de ''cavalheirinho'', depois de Calderón fazer críticas à política econômica estatizante de Caracas.
Já o mexicano evitou se referir diretamente a Chávez, mas citou em janeiro uma canção sobre ``valentões'' e pediu que as discordâncias sejam discutidas sem ``desqualificações pessoais''.
Na quarta-feira, mesmo evitando o confronto com Chávez, Calderón deixou claro que a relação com o poderosíssimo vizinho Estados Unidos, seu principal sócio comercial, é prioridade.
``O propósito do meu governo é ter relações construtivas com todos os países, é claro que com os países da América Latina sem exceção, e evidentemente a relação mais importante do México com o exterior, que é com os Estados Unidos, pelo tamanho das nossas relações econômicas'', afirmou.