Felipe Calderón tomou posse como presidente no México nesta sexta-feira, em meio aos protestos de parlamentares da oposição de esquerda, que disseram que ele roubou a eleição presidencial de julho e haviam prometido impedir que ele fizesse o juramento no Congresso.

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Cercado de seguranças, o conservador Calderón entrou no Congresso por uma entrada secundária, fez o juramento rapidamente e colocou a faixa presidencial, para em seguida deixar o local.

Dezenas de parlamentares rivais haviam protagonizado um empurra-empurra antes do juramento, e os oposicionistas chegaram a montar uma barricada de cadeiras na entrada principal para tentar impedir que Calderón entrasse no prédio.

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Calderón já havia recebido o cargo das mãos do presidente Vicente Fox numa cerimônia solene à meia-noite, na residência presidencial, na Cidade do México.

A Constituição mexicana afirma que o novo presidente toma posse automaticamente no dia 1º de dezembro. Mas também exige que o novo líder faça um juramento, e os opositores da esquerda pretendiam arruinar a cerimônia formal de posse no Congresso.

- Não ignoro a complexidade da situação política nem nossas divergências, mas estou convencido de que hoje devemos colocar fim às nossas discordâncias - disse Calderón, 44, depois de receber o cargo de Fox, na cerimônia noturna, e de dar posse aos principais integrantes do gabinete.

Andrés Manuel López Obrador, o esquerdista que perdeu a eleição por uma margem estreitíssima, convocou uma passeata de protesto até a sala nacional de concertos do México, onde Calderón deveria proferir um discurso mais tarde, ainda na sexta.

- Eles violaram a Constituição e pisotearam a dignidade dos mexicanos. Eles o impuseram com um golpe, e estamos sofrendo as conseqüências - disse López Obrador a milhares de seguidores na praça central da Cidade do México.

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As eleições presidenciais de 2 de julho dividiram o México, e os partidos da esquerda alegam que houve fraude eleitoral.