Cidade do México Uma grande tensão política ronda a posse do presidente eleito do México, Felipe Calderón, do conservador Partido da Ação Nacional (PAN), marcada para hoje. Deputados do PAN e da oposição, o esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), estavam ocupando hoje, pelo segundo dia consecutivo, a tribuna do Congresso, onde tradicionalmente ocorre a cerimônia em que o presidente faz um juramento e oficializa a sua posse.
Os parlamentares disputaram um lugar na tribuna a tapa na terça-feira e dormiram duas noites no chão e em suas cadeiras. O objetivo, para os deputados do PAN, era impedir que a oposição cumprisse a promessa feita na véspera de impedir a posse de Calderón se instalando no local. Já o PRD pretendia protestar contra o resultado das eleições de julho, que diz terem sido fraudadas.
A poucas horas da cerimônia, a falta de acordo entre os partidos para desocupar o Congresso fez com que se começasse a cogitar uma transferir da posse para outro local. A bancada da esquerda foi receptiva à idéia e também exigiu que o atual presidente, Vicente Fox, também do PAN, não comparecesse à cerimônia. Integrantes do partido de Calderón, porém, alegaram não haver tempo suficiente para a mudança.
"A transferência teria de ser aprovada pela Câmara dos Deputados com ao menos 24 horas de antecedência", explicou Hector Larios, líder dos deputados do PAN.
Calderón venceu as eleições por 0,56 pontos percentuais de diferença em relação ao candidato do PRD, José Manuel López Obrador. Inconformado por ter seu pedido de anulação da votação rejeitado por autoridades eleitorais, Obrador lançou um governo paralelo e se auto-proclamou presidente na semana passada, dando origem à confusão que hoje deve chegar ao auge.
