O governador da Califórnia, Gavin Newsom, ao lado da vice-presidente americana, Kamala Harris, durante a Cúpula das Américas em Los Angeles, em junho de 2022| Foto: EFE/Alberto Valdés
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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou nesta segunda-feira (6) que o estado “não fará negócios” com a rede de farmácias Walgreens ou com qualquer outra que também não distribua medicamentos para realização de abortos.

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“A Califórnia não fará negócios com a Walgreens ou qualquer empresa que se acovarde diante de extremistas e ponha em risco a vida das mulheres”, escreveu no Twitter o democrata Newsom, embora não tenha dado mais detalhes sobre as consequências dessa mudança de política.

A Walgreens, segunda maior rede de farmácias nos Estados Unidos, atrás da CVS Health, anunciou na sexta-feira passada que não venderá pílulas abortivas, entre outras drogas, em 20 estados do país, após procuradores-gerais desses estados, governados pelo Partido Republicano, enviarem uma carta à rede.

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Na carta, eles citaram planos da Walgreens de vender drogas abortivas pelo correio e a possibilidade de a empresa se tornar alvo de uma ação na Justiça se isso ocorresse em estados como Alabama, Alasca, Arkansas, Flórida, Geórgia, Iowa, Kentucky, Louisiana, Missouri, Mississippi, Montana, Texas ou Utah, entre outros.

“Enfatizamos que é nossa responsabilidade como procuradores-gerais estaduais defender a lei e proteger a saúde, a segurança e o bem-estar das mulheres e dos nascituros em nossos estados”, escreveram os procuradores na carta, enviada em 1º de fevereiro.

No documento, eles alertaram que a lei federal (apesar de uma “interpretação bizarra” da matéria pelo governo Joe Biden, alegaram) e leis de muitos estados americanos proíbem a distribuição de drogas abortivas pelo correio e argumentaram que “pílulas abortivas são muito mais arriscadas do que abortos cirúrgicos, de acordo com consenso científico estabelecido”.

Em comunicado, a Walgreens informou que, “como uma farmácia certificada”, distribuirá a mifepristona - o primeiro medicamento a iniciar o processo de aborto medicinal - apenas nas jurisdições onde for “legal e operacionalmente viável”, conforme “leis federais e estaduais”.

Os abortos farmacêuticos representaram um terço de todas os abortos nos Estados Unidos em 2021, de acordo com o Instituto Guttmacher, uma organização pró-aborto.

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A expectativa é que um juiz federal do Texas se pronuncie em breve sobre uma ação que questiona o aborto medicinal nos EUA.

No ano passado, a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou a sentença de quase 50 anos do caso Roe vs. Wade e voltou a permitir que os estados americanos legislassem livremente sobre o aborto. Como resultado, vários estados reativaram, acionaram ou aprovaram leis pró-vida.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]