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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, se recusou nesta quinta-feira a conceder a liberdade condicional a Sirhan Sirhan, assassino do senador americano Robert F. Kennedy em 1968, que já cumpriu mais de meio século de prisão.
Newsom, que como governador tinha a última palavra sobre a libertação, justificou a decisão com base no fato de Sirhan "representar atualmente uma ameaça irrazoável à segurança pública".
Segundo ele, o assassinato do senador - irmão do presidente John F. Kennedy (1961-1963) - está "entre os crimes mais chocantes" da história do país.
Sirhan, de 77 anos, está na prisão há mais de 50 anos, condenado por disparar contra o Senador Kennedy em 5 de junho de 1968, logo após ter ganhado as primárias do Partido Democrata na Califórnia, que o tornaram o favorito para as eleições presidenciais desse mesmo ano, que foram vencidas pelo republicano Richard Nixon.
"Após décadas na prisão, Sirhan não foi capaz de ultrapassar os problemas que o levaram a assassinar o senador Kennedy e poderia tomar o mesmo tipo de decisões perigosas que tomou no passado", disse Newsom sobre o acontecimento que chocou a sociedade americana nos anos 60.
O governador tem estado relutante desde o início em conceder liberdade condicional ao palestino Sirhan e já disse que considera Robert F. Kennedy "um herói por fazer deste um mundo melhor".
Um painel da junta de liberdade condicional do estado da Califórnia votou em agosto do ano passado para conceder liberdade condicional ao palestino, e dois dos seis filhos de Robert F. Kennedy declararam publicamente que viam a libertação conveniente.
Esta opinião contrasta com a da viúva do senador, Ethel Kennedy, de 93 anos, que em setembro pediu para que não fosse concedida a liberdade condicional e para que a sentença de prisão perpétua pelo assassinato do marido continuasse.