Moscou - Uma onda de calor que alimentou incêndios florestais e cobriu Moscou de fumaça elevou em quase 20 por cento a mortalidade na Rússia nos meses de julho e agosto, segundo um estudo do governo divulgado na segunda-feira.

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Os meses de verão trouxeram quase 56 mil mortes a mais do que no mesmo período do ano passado no país, segundo um relatório do Ministério de Desenvolvimento Econômico.

"Em conexão com o calor excepcional, com os incêndios florestais e a fumaça, em julho deste ano 14,5 mil pessoas a mais, e em agosto 41,3 mil pessoas a mais morreram do que no mesmo período do ano passado", disse o capítulo do estudo relativo a demografia.

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O texto diz que cresceram as mortes por doenças digestivas e circulatórias e por câncer.

Em grade parte do oeste da Rússia, inclusive em Moscou, as temperaturas no último verão se aproximaram de 40 graus Celsius. Incêndios florestais se espalharam rapidamente no fim de julho, e a queima da turfa cobriu a capital com uma fumaça abrasiva.

Cerca de 374 mil russos morreram em julho e agosto deste ano, um aumento de 17,5 por cento em relação a 2009. Levando em conta só agosto, a alta foi de 27 por cento, disse o relatório.

Em agosto, o secretário municipal da saúde de Moscou disse que o número de mortos na cidade chegava a quase 700 por dia, o dobro do habitual nessa época.

Os incêndios florestais propriamente ditos causaram menos de 60 mortes em todo o país, segundo os dados oficiais.

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Críticos dizem que uma lei aprovada durante a presidência de Vladimir Putin (2000-2008) prejudicou o manejo florestal e tornou mais demorado o combate a incêndios.

Mas Putin, que hoje é primeiro-ministro, e seu sucessor como presidente, Dmitry Medvedev, não sofreram danos políticos por causa dos incêndios. As pesquisas indicam que não houve um abalo significativo à aprovação popular deles.

As mortes do último verão contribuíram com um declínio da população russa nos primeiros oito meses de 2010, apesar da chegada de quase 111 mil imigrantes. A população total em 1o de setembro foi estimada no relatório em 141,8 milhões de pessoas, uma redução de 87,4 mil.

Putin e Medvedev vêm tentando combater o persistente declínio populacional na Rússia pós-soviética, inclusive oferecendo subsídios a famílias com mais de um filho.

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