Brasília A aprovação, pelo Parlamento do Brasil, do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul está cada vez mais longe de acontecer até o final deste ano, como pediu recentemente o governo venezuelano. Os últimos ataques aos congressistas brasileiros, proferidos na semana passada, em Manaus, pelo presidente Hugo Chávez, contribuíram para que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara adiasse, de ontem para 24 de outubro, a votação da matéria.
"As declarações de Chávez causaram estragos. Íamos votar o protocolo hoje (quarta-feira)", admitiu o presidente da Comissão, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS).
Outro fator que fez com que os deputados decidissem, em um acordo entre as bancadas do governo e da oposição, pela prorrogação foi a publicação de um artigo do ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, domingo passado no no jornal O Globo, alertando sobre o grande número de pendências técnicas em torno do processo de adesão. Os parlamentares solicitaram mais informações ao Itamaraty. O título do artigo era "A Venezuela e o Mercosul".
"Acionamos o Itamaraty e acreditamos que os esclarecimentos chegarão até nós antes de 24 de outubro", afirmou Vieira da Cunha. Em sua opinião, a questão não é tão complicada assim. O que prejudica mais são os arroubos de Chávez. O próprio relator do protocolo de adesão, deputado Doutor Rosinha (PT-PR), deu parecer favorável à aprovação.
Assim que o texto for votado na Comissão de Relações Exteriores, será encaminhado à Co-missão de Constituição e Justiça e seguirá a plenário.
"O ingresso da Venezuela no Mercosul só seria aprovado neste ano na Câmara. Não devemos es-quecer que ainda tem o Senado", disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores. "No Senado, a tramitação é mais célere. O regimento da Casa dá poder conclusivo às comissões que votarem a matéria", acrescentou o deputado.
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