A Câmara dos Representantes do Japão aprovou nesta quinta-feira (16) um polêmico pacote de reformas para permitir que o Exército possa atuar fora do país, o que invalidaria a Constituição aprovada após o término da Segunda Guerra Mundial. O objetivo do primeiro-ministro Shinzo Abe é reforçar o papel dos militares para combater o avanço da presença da China na região e contribuir mais para a manutenção dos esforços da paz internacional.
Em uma votação com forte rejeição da oposição e em meio a protestos da população que tem se intensificado, os deputados do Partido Liberal Democrata (PLD) do primeiro-ministro e os aliados da coalizão do governo conseguiram aprovar lei que propõe as mudanças. Agora, o projeto será enviado à Câmara dos Conselheiros, a câmara alta do parlamento japonês, para uma votação de no máximo em 60 dias.
Parlamentares da oposição saíram depois que seus líderes partidários fizeram discursos finais contra as reformas. Apenas os membros do Partido da Restauração do Japão votaram contra a proposta e contra a legislação do partido no poder.
A legislação foi elaborada depois que o gabinete do primeiro-ministro no ano passado adotou uma nova interpretação da Constituição pacifista do Japão, que foi elaborada pelos EUA e está em vigor desde um ano após o fim da II Guerra Mundial.
A oposição, incluindo legisladores, juristas e acadêmicos, contra-argumentam dizendo que a nova interpretação é inconstitucional.
Pesquisas mostram que cerca de 80% dos japoneses são contra as medidas e a maioria acha que a legislação é inconstitucional.
Ajuda humanitária
A única vez nos últimos 70 anos em que tropas japonesas deixaram o país foi entre 2004 e 2006, no sul do Iraque, com fins humanitários no sul do Iraque entre 2004 e 2006. Para legalizar esta operação, o governo do então premiê Junichiro Koizumi aprovou, em dezembro de 2003, uma lei sobre o envio de tropas ao país do Oriente Médio.
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