A Câmara do Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (3) a destituição do republicano Kevin McCarthy como presidente da casa. A proposta para retirá-lo do cargo, apresentada pelo correligionário Matt Gaetz, teve 216 votos favoráveis e 210 contrários. Foi a primeira vez na história que o presidente da Câmara dos Estados Unidos foi destituído por votação na casa.
No plenário da Câmara, os parlamentares democratas votaram pela saída de McCarthy e oito republicanos os acompanharam, selando o destino dele.
Gaetz havia apresentado na segunda-feira (2) a moção para retirar McCarthy da presidência da Câmara porque se revoltou com um acordo do presidente da casa com os democratas para aprovar um financiamento emergencial de 45 dias para o governo americano.
A votação ocorreu no último sábado (30), último dia para que o orçamento fosse aprovado e fosse evitada uma paralisação da administração federal.
No debate antes da votação desta terça-feira, Gaetz disse que McCarthy não é confiável. “Kevin McCarthy disse algo a todos nós em um momento ou outro, que ele realmente não teve a intenção de dizer e nunca pretendeu cumprir”, disse o republicano.
McCarthy enfrentava resistência da ala mais conservadora do Partido Republicano desde o ano passado, quando o partido recuperou o controle da Câmara nas eleições de meio de mandato.
Em janeiro deste ano, foram necessárias 15 votações em cinco dias para ele conseguir o número mínimo de votos para chegar à presidência da Câmara.
Nas votações anteriores, deputados do Freedom Caucus, ala a qual Gaetz pertence, estavam destinando votos para outros indicados da legenda, impedindo que McCarthy chegasse à contagem necessária para vencer.
Curiosamente, naquela ocasião, McCarthy fez concessões aos rebeldes do Freedom Caucus para resolver o impasse, como concordar com a tramitação de um projeto de lei para permitir que apenas um deputado possa convocar votação para destituir o presidente da Câmara. Foi justamente isso que lhe custou o cargo.
A votação para destituição do republicano nesta terça-feira foi a primeira para decidir sobre a retirada de um presidente da Câmara americana a chegar ao plenário desde 1910, quando o então líder da casa, Joseph Cannon, também do Partido Republicano, manteve o cargo após apenas 155 deputados votarem contra ele e 192 votarem a favor da sua permanência.
Lula arranca uma surpreendente concessão dos militares
Polêmicas com Janja vão além do constrangimento e viram problema real para o governo
Cid Gomes vê “acúmulo de poder” no PT do Ceará e sinaliza racha com governador
Lista de indiciados da PF: Bolsonaro e Braga Netto nas mãos de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
Deixe sua opinião