A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos rejeitou na sexta-feira numa resolução simbólica, mas politicamente importante, a ampliação do contingente militar norte-americano no Iraque.
A medida não impede o presidente George W. Bush de enviar 21,5 mil soldados a mais para tentar restabelecer a segurança em Bagdá e na província de Anbar, mas os defensores da resolução esperam que ela pressione o presidente a mudar de rumo e iniciar a desocupação militar do Iraque, onde mais de 3.100 soldados dos EUA já morreram.
``A passagem desta legislação vai sinalizar uma mudança de direção no Iraque que acabará com a luta e trará nossas tropas para casa'', disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.
É a primeira vez em quase quatro anos de guerra que a Câmara rejeita a conduta de Bush. A resolução foi adotada após três dias de debates, em que centenas de deputados discursaram.
``A escalada é não só a política errada para os EUA, é também a política errada para o Iraque. Se o Iraque quiser ter sucesso como um Estado estável e próspero, precisa aprender a assumir a responsabilidade'', disse o democrata Tom Lantos, um dos três autores da resolução.
Embora a Casa Branca tenha se resignado com a resolução, Bush está preparado para enfrentar uma possível redução das verbas militares. Líderes democratas prometem não cortar o financiamento para os soldados no exterior, o que poderia colocar sua segurança em risco, mas devem tentar impor condições no orçamento bélico que obrigariam Bush a suspender a ampliação do contingente.
Em Bagdá, as forças dos EUA e do Iraque que participam da ofensiva para tentar restabelecer a segurança na cidade enfrentam pouca resistência. O primeiro-ministro Nuri Al Maliki disse a Bush que a operação por enquanto é ``um brilhante sucesso''.
Em videoconferência com a Casa Branca, o premiê iraquiano, que é xiita, renovou sua promessa a Bush de combater todas as milícias e todos os grupos militantes, independentemente de sua orientação sectária.
Bush posteriormente elogiou os progressos apontados por Maliki, mas disse que a paciência dos EUA ``não é ilimitada'' e que Washington espera ``que o governo [iraquiano] desempenhe''.
Normalmente, o Senado assume a liderança em questões de política externa, mas desta vez houve obstruções regimentais que impediram a aprovação de uma resolução sobre o Iraque. A bancada democrata no Senado tentará no sábado superar o impasse e levar o texto a votação.
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