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Bioética

Câmara dos EUA reduz restrição à célula-tronco

Washington – A maioria democrata na Câmara de Representantes americana aprovou ontem um projeto de lei que reduz as restrições às pesquisas com células-tronco.

Numa reação praticamente imediata, o presidente George W. Bush divulgou nota afirmando que vetará a lei. "Com seu voto sobre as pesquisas com células-tronco de embriões, a Câmara escolheu ignorar as proteções à vida humana", afirmou Bush. "Este projeto de lei põe a pesquisa científica e os princípios éticos em conflito, em vez de dar um enfoque equilibrado aos avanços científicos e às fronteiras médicas sem violar os princípios morais", acrescentou.

A proposta aprovada ontem teve 247 votos a favor e 176 contra, não completando, assim, o apoio de dois terços dos deputados, necessário para derrubar o veto presidencial.

"Sessenta e cinco por cento dos americanos acreditam que este é um caminho médico que tem que ser explorado, porque eles acham que é uma grande esperança de lidar com alguns dos mais graves problemas afligindo os seres humanos", afirmou o líder da maioria democrata Steny Hoyer, de Maryland.

Em 2001, o chefe de Estado norte-americano restringiu as ajudas do Governo federal às pesquisas com células-tronco. No ano passado, Bush vetou outro projeto de lei, que ampliava o apoio do governo federal à pesquisa com este tipo de célula, que tem capacidade de se desenvolver como componente de diferentes tecidos.

Os cientistas afirmam que as células-tronco poderiam ser usadas no tratamento de doenças, como o mal de Parkinson e outras em que ocorre a degeneração dos tecidos. Estas pesquisas são muito polêmicas nos EUA, pois a principal fonte de células com potencial de reprodução está nos tecidos embrionários. Nos últimos anos, no entanto, vários pesquisadores testaram diferentes métodos para produzi-las.

Bush se opõe ao desenvolvimento dos estudos por motivos morais e religiosos, já que – na sua opinião – embriões humanos são destruídos para obter as células, cujos benefícios médicos até agora não foram comprovados.

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