Nafissatou Diallo, a camareira que acusou o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, de agressão sexual abriu ontem um processo por calúnia e difamação contra o jornal The New York Post e contra cinco repórteres por causa de matérias recentes publicadas pelo diário que afirmam que ela trabalhou como prostituta.
O processo foi aberto no Supremo Tribunal Estadual no Bronx, onde Nafissatou mora. O documento apresenta apenas suas iniciais. Segundo a petição, o jornal e seus repórteres "perfidamente, maliciosamente, e com descaso pela verdade afirmaram como um fato que a autora da ação é uma prostituta, garota de programa e/ou rotineiramente troca sexo por dinheiro com hóspedes masculinos do Sofitel localizado em Manhattan".
"Todas essas afirmações são falsas e submeteram a autora da ação à humilhação, ao desprezo e à zombaria em todo o mundo", diz o processo.
Um porta-voz do Post disse: "Nós apoiamos nossa reportagem". O jornal é uma divisão da News Corp., que também é proprietária do Wall Street Journal.
Promotores e policiais disseram que investigaram se a mulher havia se envolvido com prostituição no Sofitel e não descobriram nada. Os investigadores disseram que há evidências forenses de que ela manteve relação sexual com Strauss-Kahn. Os advogados do ex-chefe do FMI afirmaram que não houve pagamento e que a relação sexual foi consensual.
As matérias em questão, publicadas entre 2 e 4 de julho, saíram nos dias em que os promotores divulgaram informações de que a mulher, uma imigrante da Guiné de 32 anos, havia prestado falsos testemunhos.
Kenneth Thompson, advogado da camareira, disse que, independentemente de seus erros, desde o início, "ela descreveu que o ataque sexual várias vezes" e com consistência.
Strauss-Kahn, de 62 anos, acabou sendo libertado da prisão domiciliar por causa das revelações sobre a credibilidade de sua acusadora.