Mais de sete milhões de eleitores vão às urnas neste domingo (09) para escolher, entre 23 candidatos, o novo presidente de Camarões.
O atual chefe de governo, Paul Biya, que está à frente de Camarões há 29 anos, tenta se reeleger, e embora nenhuma organização tenha realizado pesquisas sobre quem será o vencedor deste pleito, vários analistas políticos o apontam como favorito.
A campanha eleitoral, que terminou na sexta-feira (07), teve como protagonista o atual presidente. Ele praticamente monopolizou placas de publicidade, o que provocou denúncias de membros da oposição, que acusaram Biya de autoritarismo.
Em 29 de setembro, um grupo de manifestantes bloqueou a ponte de Wuri, a mais importante de Douala, para exigir a renúncia de Biya. A ação foi reivindicada pelo sacerdote Bertin Kisob, que garantiu que provocará mais tumultos durante as eleições.
O governo de Camarões disse ter "tudo pronto" para que suas forças de segurança "evitem qualquer tipo de distúrbios durante e depois das eleições presidenciais", disse à Agência Efe um policial que pediu anonimato.
Segundo a fonte, dois mil policiais foram enviados a Douala, onde a situação é mais tensa, e outros 200 seguiram para as principais cidades. A embaixada dos Estados Unidos recomendou em seu site aos americanos que estão no país africano que evitem sair às ruas durante a votação.
Cerca de 5 mil observadores da Comissão Eleitoral de Camarões (ELECAM) serão distribuídos pelos 24.591 postos eleitorais, assim como representantes da União Africana, da Commonwealth e de organizações católicas.
Já a União Europeia não enviou observadores por razões até agora desconhecidas. "Por enquanto não posso dar explicações sobre as razões da ausência dos observadores da UE. Explicarei depois das eleições", disse à Agência Efe o representante do bloco europeu no país, Raoul Mateus Paula.
Durante a jornada eleitoral de domingo, que começa com a abertura dos colégios eleitorais às 5h (de Brasília), todos os estabelecimentos comerciais terão que permanecer fechados até as 14h, quando termina a votação.
Além disso, o governo de Camarões anunciou na sexta-feira o fechamento de todas as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, e a Comissão Eleitoral anunciou que a divulgação dos resultados definitivos será no dia 24.
Como novidade, estas serão as primeiras eleições nas quais os cidadãos camaroneses que vivem no exterior poderão votar em uma das 79 representações diplomáticas de Camarões.
Poucos eleitores acreditam que os opositores de Biya têm alguma chance de se eleger, e são muitos os que pensam que "as eleições presidenciais não causarão mudanças no país", como afirmou o analista político camaronês Achille Mbembe em entrevista à revista digital "Slate Afrique".
"Nenhuma mudança pode vir das urnas. Ela virá por um movimento armado ou uma intervenção armada do exterior (...), ou talvez com a morte natural de Paul Biya ou seu assassinato. As eleições de domingo, para mim, não servem para nada, porque a oposição cameronesa não existe politicamente. É uma oposição dividida em nome do autoritarismo", afirmou Mbembe.
Entre os 23 candidatos, dois dominam o cenário político local: Biya, candidato do Reagrupamento Democrática do Povo Camaronês (RDPC), que ocupa 148 cadeiras das 180 do Parlamento, e John Fru Ndi, líder da Frente Democrática Social (SDF), que tem 21 deputados na Assembleia Nacional.
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