A imprensa australiana divulgou ontem o vídeo de uma câmera de segurança que mostra o momento da prisão do estudante brasileiro Roberto Laudisio Curti, de 21 anos, morto por policiais em Sydney, na Austrália, em março deste ano.
Segundo o inquérito policial, divulgado em audiência na Justiça sobre o caso na última segunda-feira, o estudante, que estaria sob efeito de uma pequena quantidade de LSD, sofreu uma reação adversa à droga e morreu após os policiais dispararem contra ele 14 vezes com a pistola Taser, arma que emite choques elétricos.
As imagens mostram o rapaz gritando por socorro e sendo atingido pelos disparos mesmo imobilizado. A família do jovem no Brasil questiona a truculência da polícia, que disse que o rapaz estaria armado quando teria roubado pacotes de biscoito de uma loja de conveniência.
"Achei as cenas muito fortes e estamos todos muito abalados. Ele estava sem camisa, desarmado, é ridículo falar no inquérito que onze policiais não conseguiram pegar um menino de 1,70 metro e 75 quilos. Por que eles tiveram prazer mórbido, o sadismo em assassinar o Roberto? Só queria essa explicação do governo australiano", desabafa Patrícia Laudisio, tia e madrinha do rapaz.
Roberto teria morrido por asfixia, após receber os disparos de Taser, além de gás de pimenta. Segundo a imprensa local, ele comemorava o dia de São Patrício com amigos quando consumiu uma pequena quantidade de LSD.
O estudante teria se perdido do grupo e se envolvido em uma briga antes de ser detido pelos policiais. Os jornais informam, ainda, que ele telefonou para a irmã que mora em Sidney de madrugada, por volta de 4h30min, e perguntou se "eles estariam tentando matá-lo". Menos de duas horas depois, às 6h11min, já estava morto.
A audiência sobre o caso começou na segunda-feira e deve durar duas semanas. Serão ouvidas cerca de 30 pessoas, entre elas médicos, policiais, legistas e especialistas em treinamento com armas.