Pelo menos 300 imigrantes ilegais tentaram chegar na madrugada de ontem ao Eurotúnel, que liga a França ao Reino Unido pelo Canal da Mancha, na terceira tentativa de invasão em três dias. No Vietnã, onde está em visita oficial, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse que protegerá o país da “praga” dos imigrantes e afirmou que eles “não encontrarão refúgio” em solo britânico.
Cerca de mil pessoas foram vistas ontem nos arredores do terminal administrado pela concessionária Eurotunnel, em Calais, na França. Nos dias anteriores, foram registradas duas mil tentativas de invadir o local.
“Tem uma praga de imigrantes que chegam através do Mediterrâneo buscando uma vida melhor, desejando vir ao Reino Unido porque o país tem os melhores trabalhos, uma economia em crescimento, e é um lugar incrível para viver”, disse Cameron ao canal ITV. “Temos que proteger nossas fronteiras trabalhando conjuntamente com nossos vizinhos franceses e isso é exatamente o que estamos fazendo”. Ele prometeu fazer “tudo o que for possível” para que os britânicos “possam sair de férias”.
Deputados conservadores e o líder do partido anti-imigração UKIP, Nigel Farage, pediram que o Exército resolva os engarrafamentos e atrasos causados pela crise migratória, que afetam o setor do transporte e os britânicos que vão à França para passar férias. O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, enviou 120 agentes para reforçar a vigilância do terminal.
“Linguagem horrível”
A fala de Cameron repercutiu mal na Grã-Bretanha. O Conselho de refugiados do país criticou o chefe do governo por utilizar “uma linguagem horrível, irresponsável e desumana para um líder mundial”.
O líder interino do Partido Trabalhista, Harriet Harman, lembrou que os imigrantes “não são insetos” e acusou Cameron de querer “causar divisões e enfrentamento entre as pessoas”. Os imigrantes são em sua maioria da África e do Oriente Médio. Nos últimos dois meses, nove imigrantes morreram no Eurotúnel e nos seus arredores, onde foi levantado um acampamento provisório para os refugiados.
Cerca
O governo da Hungria informou ontem que a construção de uma cerca para impedir a entrada de imigrantes será completada em 31 de agosto. Cerca de 100 mil imigrantes entraram no país neste ano, segundo o governo húngaro. Na Itália, mais de 2,7 mil pessoas desembarcaram em vários portos nas últimas 48 horas após serem resgatadas no Mediterrâneo.
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