David Cameron disse que foi “mal interpretado” ao falar sobre a UE.| Foto: Peter Kneffel / EFE

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, procurou dissipar novos sinais de rebelião no Partido Conservador sobre a União Europeia (UE), dizendo que os ministros terão de apoiar sua estratégia para o bloco ou deixar o governo.

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Sem voto

Os eleitores de Luxemburgo recusaram de forma clara, em um referendo realizado no domingo, conceder o direito de voto a estrangeiros, que representam cerca de 46% da população. A decisão significa um fracasso para o primeiro-ministro liberal, Xavier Bettel.

O “não” recebeu 78% dos votos. “A mensagem é clara e foi bem entendida. Não é um êxito para os partidos do governo”, admitiu Bettel.

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Falando à margem de uma reunião na Alemanha do Grupo dos Sete (G7), que inclui as nações mais industrializadas do mundo, Cameron, que antes de ser reeleito prometeu que iria renegociar a relação do país com a UE, indicou que não vai tolerar dissidências.

“Se você quer ser parte do governo, você tem que assumir que estamos empenhados em um exercício de renegociação para realizar um referendo, e isso levará a um resultado bem-sucedido”, disse ele a repórteres, quando indagado se permitirá que ministros votem de acordo com sua consciência. “Todo mundo no governo já se comprometeu com o programa estabelecido no manifesto conservador”.

Cameron prometeu realizar o referendo sobre a UE até o final de 2017. Ele disse que está confiante em um acordo que permita recomendar aos britânicos votarem a favor da permanência do país no bloco de 28 nações, do qual o Reino Unido faz parte desde 1973.

A situação de Cameron, no entanto, é vulnerável, pois o governo tem uma maioria de apenas 12 cadeiras no Parlamento de 650 lugares. Uma rebelião sobre a UE na bancada poderá inviabilizar a agenda legislativa de Cameron e marcar seu segundo mandato.

Cameron falou depois que um grupo de mais de 50 parlamentares de seu partido disse estar disposto a endossar uma campanha em apoio à saída britânica da UE, conhecida como “Brexit”, a menos que ele consiga mudanças radicais no bloco. Foi o primeiro sinal de revolta dos eurocéticos desde que Cameron foi reeleito, no mês passado.

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Mais tarde, o premiê britânico disse que foi “mal intepretado”. “O Partido Conservador está satisfeito que teremos uma renegociação, uma reforma (da UE) e um prazo para o referendo. Há uma completa unidade sobre isso”, disse Cameron após uma reunião do G7.