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crise migratória

Cameron prepara plano para conter imigração e diz que evitará “enxame”

Imigrantes passam por buraco em cerca para tentar chegar ao Eurotúnel, que liga a França ao Reino Unido: tentativa de fuga. | Pascal Rossignol / Reuters
Imigrantes passam por buraco em cerca para tentar chegar ao Eurotúnel, que liga a França ao Reino Unido: tentativa de fuga. (Foto: Pascal Rossignol / Reuters)

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que o governo está elaborando um plano para ajudar a França a enfrentar o aumento nas tentativas de entrada de imigrantes ilegais na Grã-Bretanha através do Canal da Mancha, mas alertou que não haverá solução rápida.

Cameron está sob pressão para solucionar o problema após a interrupção na travessia de passageiros e mercadorias pelo Eurotúnel. Ele apresentou os planos em uma reunião do comitê de emergência do governo, na última sexta-feira (31), depois que políticos defenderam que o Exército reforce o controle das fronteiras. A primeira ação será enviar cães e cercas à França.

“Nós vamos adotar medidas corretas do princípio ao fim. Vamos começar ajudando os franceses do seu lado da fronteira. Vamos colocar mais barreiras, mais recursos, mais equipes com cães farejadores, mais ajuda de qualquer maneira que pudermos”, disse Cameron. Ele quer ainda que terras do governo sejam usadas para aliviar os inconvenientes causados pelo congestionamento de caminhões do lado britânico do Canal.

“A situação é totalmente inaceitável. A prioridade deste governo é tentar resolver este assunto o mais rápido possível. Sabemos que é um tema complicado, que seguirá sendo durante todo o verão e que temos que trabalhar muito mais para solucioná-lo”, disse o primeiro-ministro.

Uma das primeiras medidas do governo britânico será investir sete milhões de libras (cerca de R$ 40 milhões) em medidas de proteção para caminhões com destino ao Reino Unido e na instalação de uma nova cerca de segurança.

Promessa em risco

Reeleito em maio, Cameron prometeu reduzir em dezenas de milhares o número de imigrantes por ano na Grã-Bretanha, um compromisso que ele não cumpriu no primeiro mandato (2010 a 2015), quando o país recebeu mais de 300 mil estrangeiros, um recorde.

A questão é sensível, já que está relacionada com um debate na Grã-Bretanha sobre sua presença na União Europeia. Cameron prometeu realizar até o final de 2017 um referendo sobre a adesão do país ao bloco.

Na semana passada, o premiê aumentou o tom contra os imigrantes ilegais, o que gerou reações na Grã-Bretanha. Ele se referiu aos refugiados como “uma praga” e classificou o fluxo de milhares de pessoas como um “enxame”. Cameron disse ainda que queria ter certeza de que os turistas britânicos “poderão ir para as suas férias”, referindo-se aos transtornos causados aos que tentam cruzar o Eurotúnel para o lado francês.

A Comissão de Refugiados do Reino Unido classificou a declaração como “desumana”. Líderes do Partidos Trabalhista e do Partido Liberal-Democrata também repudiaram as expressões.

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