O primeiro-ministro David Cameron pediu nesta terça-feira (10) mudanças “irreversíveis” na União Europeia e mais autonomia ao Reino Unido antes do referendo sobre a permanência britânica no bloco a ser realizado até o final de 2017.
Entre as quatro demandas apresentadas pelo premiê, estão: a proteção dos direitos dos países que não fazem parte da zona do euro, a retirada dos britânicos de uma maior integração europeia, um aumento da competitividade no bloco e mais poder a Londres em relação aos imigrantes que chegam ao continente.
O Conselho Europeu, no entanto, classificou algumas das solicitações como “muito problemáticas”.
“Tenho toda a confiança de que conseguiremos um bom acordo para o Reino Unido e para seus sócios europeus”, afirmou Cameron. “Não duvido que, com paciência, boa vontade e boa fé, isso pode ser conseguido. E assim poderemos fazer do Reino Unido e do conjunto da Europa lugares mais prósperos para as futuras gerações”.
Durante o discurso na Chatham House, uma prestigiosa organização de debates britânica, Cameron alertou que se a reforma não for realizada, será repensada a participação do Reino Unido no bloco.
Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos britânicos é favorável a se manter na UE, embora o apoio tenha diminuído nos últimos meses porque muitos eleitores estão preocupados com a imigração. Este, inclusive, é um dos pontos mais polêmico do plano apresentado pelo premier.
Cameron pretende impedir que os imigrantes de outros países do bloco tenham direito a benefícios sociais durante quatro anos. Ele também afirmou que o direito à livre circulação de trabalhadores não deveria ser aplicado aos novos países da UE até que as suas economias tenham se equiparado mais à britânica. Em seguida, disse que vai realizar o referendo sobre a permanência na UE antes do final de 2017, mas sem precisar a data.
As demandas de Cameron foram enviadas em uma carta ao Conselho Europeu, que classificou algumas das solicitações como “muito problemáticas”.
“Vemos alguns elementos que parecem viáveis, alguns são difíceis e outro muito problemáticos”, indicou o porta-voz da entidade, Margaritis Schinas, em um comunicado.
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