A mais recente campanha do governo chinês contra a pornografia na Internet e em sites para celulares vai continuar até maio do ano que vem, e a ênfase estará em dissolver as estruturas de negócios que sustentam os sites, anunciou a agência de notícias Xinhua, na quarta-feira.
Uma campanha de combate à pornografia lançada alguns meses atrás terminou por fechar também muitos sites com conteúdo politicamente delicado ou que simplesmente ofereciam conteúdo gerado pelos usuários, como parte do que muitos entendem como novo esforço do governo chinês para reafirmar o controle sobre as novas mídias e o potencial que oferecem aos cidadãos para que se organizem e troquem informações.
O site de um jornal chinês publicado em inglês, o Lianhe Zaobao, da Singapore Press Holding, foi bloqueado esta semana na China depois de publicar um artigo sobre o aperto do controle chinês sobre a Internet.
O governo vai apresentar um anteprojeto de regulamentação dos sites WAP, que oferecem serviço de Internet a celulares, antes de março do ano que vem, disse a Xinhua, mencionando um comunicado do gabinete central do governo para o combate a publicações ilegais e pornografia. O comunicado ainda não foi divulgado publicamente.
Durante a campanha, o governo tornará mais difícil registrar sites WAP e verificará as informações usadas para registro, segundo o comunicado.
O objetivo é "romper a cadeia de interesses por trás dos sites WAP pornográficos", entre os quais os serviços externos de pagamentos, e esclarecer as responsabilidades de sites, empresas de telecomunicações, provedores de acesso e provedores de conteúdo no combate à pornografia, dizia o texto, de acordo com a agência de notícias Xinhua.
Os sites WAP também estarão proibidos de montar um sistema de autorização de acesso que permita que escapem à regulamentação, segundo o comunicado.
Os protestos generalizados ocorridos no Irã alguns meses atrás alertaram a China quanto ao potencial de uso da mídia social por dissidentes e manifestantes que desejem difundir suas mensagens.
O YouTube, do Google, está bloqueado desde março, quando um filme de um exilado tibetano documentando os ferimentos e a morte de um manifestante no Tibete foi divulgado no site de vídeo.