Chega de focar só em Mitt Romney. A campanha à reeleição do presidente Barack Obama sinalizou na terça-feira (13) que lançará ataques também contra Newt Gingrich, novo favorito para ser o candidato republicano em 2012, prevendo - para satisfação dos simpatizantes de Obama - um acirrado confronto entre Gingrich e Romney, que passou meses como líder da disputa.
"Newt voltou", disse o estrategista político de Obama, David Axelrod, referindo-se ao avanço nas pesquisas do ex-presidente da Câmara. "A questão é se ele consegue sustentar isso ao longo do tempo."
Depois de 20 anos no Congresso, Gingrich se afastou da política depois da derrota eleitoral dos republicanos na eleição parlamentar de 1998. Axelrod disse que Gingrich é "o membro original do Tea Party", que paralisou o governo três vezes, se empenhou em revogar leis ambientais e restringiu os programas de saúde pública para idosos e deficientes.
Sua ascensão levou a equipe de Obama a prever que a disputa interna republicana irá se arrastar até boa parte do ano que vem, talvez até junho - o que, por essa tese, revelaria fraquezas de ambos os candidatos, beneficiando o presidente.
Axelrod disse que Gingrich, se continuar líder, terá sua vida mais esmiuçada, e ironizou o rival por fazer gastos elevados na joalheria Tiffany's e por declarar que tem uma relação "transparente" com o ex-presidente Bill Clinton, apesar de ter comandado o processo de impeachment contra ele.
"Lembre-se de que quanto mais alto o macaco sobe no poste, mais você vê o rabo dele", disse Axelrod, citando a "sabedoria caseira" que escutou há alguns anos de um político de Chicago. "O presidente (da Câmara) está bem alto no poste agora, e vamos ver se as pessoas gostam da vista."
Por outro lado, os ataques da campanha de Obama conferem mais legitimidade a Gingrich, que aparece à frente de Romney em Iowa e na Carolina do Sul, e avança em New Hampshire, onde Romney lidera há meses.
Esses estão entre os primeiros Estados a fazerem a escolha, e por isso são cruciais no processo eleitoral.
Estratégia
Além de diversificar os ataques, a campanha de Obama apresentou outras pistas sobre a estratégia para 2012. O ex-presidente Clinton, por exemplo, deve entrar na campanha. E os discursos do presidente continuarão abordando principalmente políticas econômicas que beneficiem a classe média.
Jim Messina, gerente da campanha, disse que a organização de base da campanha supera em muito os esforços dos republicanos, inclusive em Iowa, onde os pré-candidatos da oposição investem tempo e dinheiro para tentar largar na frente na disputa partidária.
"Temos infraestrutura implantada em todos os principais Estados, não acho que nenhum deles (os rivais) tenha. E é claro que isso, na eleição geral, vai ser uma vantagem para nós quando tivermos de levar o pessoal (para votar)."
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