Donald Trump, candidato republicano à presidência dos EUA| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE
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A campanha de Donald Trump entrou com uma denúncia nesta terça-feira (22) na Comissão Federal de Eleições (FEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, alegando interferência estrangeira nas eleições presidenciais marcadas para ocorrer no dia 5 de novembro.

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O alvo das acusações é a campanha da atual vice-presidente e candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, e o Partido Trabalhista do Reino Unido, liderado pelo premiê Keir Starmer. Segundo a equipe de Trump, o Partido Trabalhista estaria fornecendo apoio ilegal à candidatura de Harris, o que, segundo os republicanos, viola as leis eleitorais dos EUA, que proíbem contribuições estrangeiras em campanhas políticas.

De acordo com um comunicado publicado no site da campanha de Trump, "a campanha de Harris está buscando influência estrangeira para promover sua mensagem radical porque sabe que não pode conquistar o apoio do povo americano". A equipe de Trump acusa o Partido Trabalhista, qualificado como sendo de “extrema-esquerda”, de inspirar as políticas "perigosamente progressistas" de Kamala.

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As acusações de Trump surgiram após uma postagem no LinkedIn, posteriormente deletada, de Sofia Patel, chefe de operações do Partido Trabalhista britânico. Na publicação, anexada à denúncia, Patel menciona o envio de cerca de 100 membros do Partido Trabalhista ao Estados Unidos para “ajudar” na campanha democrata em estados-chave como Carolina do Norte, Pensilvânia e Virgínia. Segundo a postagem, ainda havia "10 vagas disponíveis" para quem estivesse interessado em se juntar à equipe de campanha na Carolina do Norte, com acomodação fornecida, embora não seja especificado quem custearia essa acomodação.

“Tenho quase 100 funcionários do Partido Trabalhista (atuais e antigos) indo para os EUA nas próximas semanas, com destino à Carolina do Norte, Nevada, Pensilvânia e Virgínia. Tenho 10 vagas disponíveis para quem puder ir ao estado-chave da Carolina do Norte - nós cuidaremos da sua acomodação. Envie-me um e-mail para labourforkamala@gmail.com se estiver interessado. Obrigado!”, diz o texto do post.

Em resposta a essas alegações, fontes do Partido Trabalhista britânico informaram à BBC que seus membros estão atuando nos EUA de forma “pessoal" e que os custos das viagens e estadias seriam financiados pelos próprios indivíduos, sem qualquer envolvimento financeiro oficial do partido. Segundo a emissora britânica, a lei americana não impede ajuda de estrangeiros em campanhas, desde que elas não sejam remuneradas.

No entanto, a equipe de Trump sugere que o partido de Starmer pode estar de fato coordenando e financiando a participação de seus membros na campanha de Kamala, o que, se comprovado, de acordo com os republicanos, violaria as leis de contribuições estrangeiras nas eleições dos EUA.

A campanha de Trump cita em sua denúncia uma reunião recente entre altos funcionários do Partido Trabalhista e membros da equipe de Harris, incluindo Morgan McSweeney, chefe de gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido, e Deborah Mattinson, diretora de estratégia de Starmer. Segundo a denúncia, esses encontros são indicativos de uma estreita colaboração que estaria influenciando a estratégia de campanha de Kamala.

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"A aceitação e o uso dessa assistência estrangeira ilegal pela campanha de Harris é mais uma tentativa frágil de interferência eleitoral antiamericana", afirmou Susie Wiles, co-gerente da campanha de Trump. "Em duas semanas, os americanos rejeitarão novamente a opressão do governo grande que rejeitamos em 1776", disse ela.

A denúncia formal submetida pela campanha de Trump pede uma investigação urgente sobre o que considera ser uma "violação clara das leis eleitorais dos EUA". O Partido Trabalhista do Reino Unido ainda não fez um pronunciamento oficial sobre as acusações.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]