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Campanhas negativas de correligionários e rivais começam a afetar Trump

 | Andrew  Renneisen/AFP
(Foto: Andrew Renneisen/AFP)

Quase US$ 70 milhões dos mais de US$ 132 milhões gastos por candidatos e seus grupos de apoio em propagandas negativas durante as primárias da eleição presidencial americana em 2016 foram destinados a campanhas contra Donald Trump, afirma uma levantamento do New York Times com base em dados coletados pelo Kantar Media/CMAG. Além de seus oponentes na disputa republicana, três “super PACs” (comitês capazes de angariar fundos ilimitados não apenas de indivíduos, mas também de corporações e sindicatos) republicanos fizeram do magnata seu principal alvo, e gastaram, juntos, mais de US$ 23,5 milhões em propaganda contra Trump.

Na última segunda-feira (11), foi a vez de a democrata Hillary Clinton se juntar ao grupo, lançando um comercial que destaca os comentários do republicano a respeito de aborto e imigração, e defendendo que objetivo do magnata é fazer com que os americanos se voltem uns contra os outros.

“O que é inusitado e sem precedentes é o conjunto de pessoas pondo no ar propagandas de ataque a Trump”, diz Elizabeth Wilner, vice-presidente da Kantar Media/CMAG. “Há adversários da eleição geral o atacando, adversários das primárias o atacando, e grupos específicos cujo único foco na vida é assegurar que ele não seja o candidato”.

A fama de Trump e a popularidade de seu nome permitiram que ele sobrevivesse bem aos ataques. No estado de Nova York, que realiza primárias na próxima semana, ele tem — segundo recentes pesquisas — o apoio de mais de 50% dos republicanos locais. No entanto, apesar de alegações de que as propagandas de campanha perderam seu apelo junto ao eleitorado, há cada vez mais evidências de que a publicidade negativa contra Trump começou a funcionar.

Mike Murphy, estrategista-chefe do Right to Rise, um grupo que apoiou a fracassada campanha de Jeb Bush, afirma que as propagandas negativas impediram que Trump conseguisse mais apoio e consolidasse seu poder na disputa republicana.

“Acredito que os comerciais estão esfriando sua capacidade de ampliar sua base”, diz Murphy, que também credita boa parte da rejeição às palavras do magnata.“Ele cria um ambiente no qual as propagandas negativas são mais férteis”.

Ex-rivais são apontados como possíveis vices

O Our Principles, um dos comitês republicanos contra Trump, constatou que a melhor maneira de atacar o bilionário é usar suas próprias palavras contra ele.

“As campanhas usam a propaganda negativa porque ela funciona”, afirma o estrategista republicano Ryan Williams. “E Donald Trump deu a seus oponentes uma infinidade de informações negativas para serem usadas em publicidade contra sua candidatura”.

Steve Murphy, veterano da propaganda do Partido Democrata, afirma que Trump deveria encarar as primárias como uma simples amostra do que vem pela frente.

“Pergunte a Donald Trump se ele acha que a propaganda negativa o prejudicou em Wisconsin”, diz Murphy. “E então avise a ele que os democratas têm outro meio bilhão de dólares pronto para ser usados na campanha da eleição geral”.

Em entrevista ao diário USA Today, o magnata comentou a escolha de seu companheiro de chapa na disputa, destacando nomes que participaram da corrida republicana como o governador de Wisconsin, Scott Walker, e o senador Marco Rubio. O governador de Ohio, John Kasich, que ainda participa da corrida republicana, também foi mencionado.

“Tenho alguns nomes em mente. Gosto de Marco, gosto de Kasich. Fui muito duro com Walker, mas sempre gostei dele”, afirmou Trump. “Quero um verdadeiro político, porque quero aprovar várias novas leis”.

Walker se disse surpreso por ter sido mencionado, “levando em conta algumas das coisas que Trump disse a meu respeito há duas semanas”. Já o magnata tratou de minimizar seus embates com outros republicanos, classificando-os como “parte das loucuras da política”.

O presidente da Câmara, Paul Ryan, negou ontem que pretenda se lançar candidato à Casa Branca na convenção republicana, apesar da pressão por parte de nomes do partido incomodados com as candidaturas de Trump e do senador Ted Cruz.

“Não quero e nem aceitarei a indicação do partido”, afirmou Ryan. “Se um candidato não atingir a maioria, acredito que devemos buscar nomes que participaram das primárias. Me deixem de fora”.

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