Os pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos vêm fazendo esforços sem precedentes para chamar a atenção dos latinos que vivem no país. Garantir uma boa votação entre os latinos, que somam 25 milhões de eleitores, já é considerado vital para ganhar a corrida pela Casa Branca em 2016.
Para analistas, Jeb Bush e Marco Rubio, dois pré-candidatos republicanos, têm boas chances de conquistar votos entre os latinos, que tradicionalmente tendem a votar no Partido Democrata. Bush, que é casado com uma mexicana, recentemente parou em Nevada mostrando um espanhol fluente. Já Rubio faz questão de destacar que é filho de imigrantes cubanos.
Hillary Clinton, principal pré-candidata entre os democratas, foi abordada por 1,2 mil líderes latinos reunidos em Las Vegas, na semana passada. Ela disse que pretende fazer mais do que o presidente Barack Obama para parar as deportações e aprovar a reforma da imigração.
A campanha de Clinton está registrando eleitores em mercearias hispânicas e igrejas. E as campanhas já estão prevendo sites, vídeos e perfis no Facebook em espanhol. “Nunca vi o voto latino priorizado desta forma, e tão cedo, de uma forma significativa“, disse Cristóbal Alex, presidente do Latino Victory Project, organização de defesa dos direitos dos latinos nos EUA.
A cada ano, 800 mil latinos completam 18 anos e se tornam aptos a votar no país. O maior número mora na Califórnia e no Texas. Mas outros estados serão essenciais em 2016: Nevada, Flórida, Novo México, Colorado e Virgínia, onde nenhum dos partidos é dominante.
Nevada, onde 16% dos eleitores são latinos, vem sendo considerado um estado essencial na disputa: o democrata Barack Obama venceu nele em 2008 e 2012 e Brian Sandoval, republicano, foi reeleito governador.
Apesar da preferência dos latinos pelos democratas, os republicanos dizem ver uma abertura porque muitos eleitores são jovens e não têm hábitos de voto partidário. Além disso, muitos sustentariam alguns valores sociais conservadores.
A questão mais difícil para os republicanos tem sido os 11 milhões de imigrantes sem documentos, muitos deles latinos, no país. Os republicanos se opuseram à ação executiva de Obama sobre a imigração, que daria status de legal para muitos.
“Nenhum candidato republicano falou de maneira clara e consistentemente ou apoiou um caminho para a cidadania”, comentou Hillary Clinton sobre a situação dos latinos ilegais. Por outro lado, há muitos latinos desapontados com o governo de Obama.