O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, acusou nesta sexta-feira (20) a Índia de violar o direito internacional ao revogar unilateralmente a imunidade de 41 diplomatas canadenses, afirmando que a medida "deveria ser motivo de grande preocupação para todos os países do mundo".
"É uma violação da Convenção de Viena. Eles (Índia) decidiram violar um princípio fundamental do direito internacional e da diplomacia. Isso é algo que deveria ser motivo de grande preocupação para todos os países do mundo", disse em entrevista coletiva.
Trudeau insistiu que a retirada da imunidade diplomática, em retaliação às alegações canadenses que envolvem o governo indiano no assassinato de um dissidente político no Canadá, tem consequências de longo alcance para o mundo diplomático e afetará milhões de pessoas.
Nesta quinta-feira (19), o Canadá anunciou que a Índia tinha retirado a imunidade de 41 dos 62 diplomatas canadenses no país e chamou a medida de ilegal.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, disse que havia decidido que os diplomatas e suas famílias deveriam deixar a Índia imediatamente após a perda da imunidade.
Joly afirmou ainda que Ottawa não retaliaria de forma semelhante e que agora, mais do que nunca, era importante manter a atividade diplomática.
A medida indiana aumenta a disputa que começou no dia 18 de setembro, quando Trudeau acusou as autoridades indianas no assassinato, no Canadá, de Hardeep Singh Nijjar, um líder separatista da comunidade sikh, que havia recebido a cidadania canadense em 2007.
Singh Nijjar foi baleado por atiradores desconhecidos no estacionamento de um templo sikh e foi acusado de terrorismo pelas autoridades indianas por defender a criação de um país separado, o Khalistão, para a minoria sikh no estado de Punjab.
Cerca de 1,8 milhão de pessoas de origem indiana vivem no Canadá, das quais cerca de 770 mil são sikhs.
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